Fuga de reclusos. Bacelar Gouveia lamenta silêncio do Governo
08-09-2024 - 19:10
 • Renascença

Presidente do Observatório da Segurança e Criminalidade salienta que, até agora, nem o primeiro-ministro, nem a ministra da Justiça disseram alguma coisa sobre a fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus.

Jorge Bacelar Gouveia, presidente do Observatório da Segurança e Criminalidade (OSCOT) organizada, lamentou o facto de, até agora, nem o primeiro-ministro, nem a ministra da Justiça terem dito alguma coisa sobre a fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus, este sábado.

Em declarações à Renascença, Bacelar Gouveia assegura que a conferência de imprensa deste domingo "se justificou plenamente", mas "pode ser vista como uma maneira de os políticos sacudirem a água do capote" e colocarem os polícias e os responsáveis pela segurança a falar sem que eles tenham ónus de dizer o que quer que seja". "O que também acho mal, porque há uma política de segurança e são os políticos, o primeiro-ministro e a ministra da Justiça, neste caso, que são os mais altos responsáveis pela política de segurança interna do país", defende.

"Num caso que, como se percebeu pela imprensa, está a alarmar as pessoas, acho que era altura do primeiro-ministro e da senhora ministra da Justiça dizerem alguma coisa do ponto de vista da ação política", reitera.

O presidente do OSCOT considera ainda que o diretor dos serviços prisionais não tem condições para se manter no cargo, depois de algumas declarações que fez na conferência de imprensa desta manhã.

"Na conferência de imprensa que ele deu revelou uma série de afirmações inadequadas e até temerárias. Aliás, a mais grave de todas foi ter insinuado que isto aconteceu porque o juiz de execução de penas resolver transferir um dos condenados de Monsanto para Vale de Judeus. Era só o que faltava agora o culpado disto ser um juiz de execução penal".

"Acho que dificilmente terá condições para continuar", reforçou.