O líder do PSD acusa António Costa de “cobardia política” e de “brincar com as palavras” e com os portugueses sobre o futuro das pensões.
Em declarações em Mortágua, Luís Montenegro insistiu que, na prática, o Governo está a cortar mil milhões de euros ao sistema de pensões e desafiou o primeiro-ministro a assumir que o objetivo é garantir a sustentabilidade da Segurança Social.
"Não pode brincar com as palavras. O Governo decidiu um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões. Isso é inegável, eu diria mesmo que isso é matemático", disse Montenegro.
Para o líder social-democrata, "quem dá hoje aquilo que tira amanhã não está a dar ajuda nenhuma, a ajuda é rigorosamente zero, quando muito será apenas uma ajuda em termos de 'timing'".
Luís Montenegro frisou que António Costa apenas "antecipou o pagamento de mil milhões de euros, que seria devido através da lei", para este ano "e quis dizer às pessoas que estava a dar-lhes uma ajuda adicional para enfrentarem o problema da inflação".
"Ao fazer isso, diminui a base sobre a qual os aumentos de pensões de 2023 em diante partem com mil milhões de euros a menos e, portanto, todos os aumentos estão condicionados a essa base", lamentou.
Neste âmbito, Montenegro desafiou o primeiro-ministro a deixar "este estilo de cobardia política" e a dizer aos portugueses: "eu estou a tirar mil milhões de euros ao sistema de pensões para as tornar mais sustentáveis no médio e no longo prazo".
Na opinião do presidente do PSD, António Costa não terá tomado esta decisão "por maldade às pessoas".
"Eu não julgo que ele queira prejudicar as pessoas, não é isso que eu quero afirmar aqui. O que eu quero é que ele seja corajoso e verdadeiro. O que eu quero é que ele fundamente as suas decisões e depois vamos discutir se elas estão certas ou estão erradas", esclareceu.
Luís Montenegro exortou o Governo a fazer uma política séria e de verdade, porque "um governo corajoso e verdadeiro tem mais credibilidade e mais capacidade de alavancar as forças da sociedade para dar mais desenvolvimento ao país".