O médico Rui Nogueira, antigo presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar, considera que não faz “nenhum sentido exigir a prescrição” dos testes rápidos de antigénio de uso profissional.
Segundo uma portaria publicada esta segunda-feira, a partir desta terça-feira, os testes rápidos voltam a ser gratuitos, pelo menos até ao final de junho, desde que sejam prescritos e não custem ao Estado mais de 10 euros.
Trata-se de uma medida que é justificada, na portaria assinada pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, com a incidência muito elevada da pandemia de covid-19, ao mesmo tempo que sublinha a importância da realização de testes de diagnóstico para despiste de infeção por SARS-CoV-2, quer para referenciação de pessoas sintomáticas, quer para deteção precoce de casos confirmados.
Em declarações à Renascença, o médico de família, Rui Nogueira considera que obrigatoriedade da prescrição, não faz qualquer sentido.
“Ter que contatar o médico para fazer o teste, acho que é não só redundante, como inoperacional”, refere, para recordar a seguir que já existe “essa disponibilidade nas farmácias”, logo “não faz nenhum sentido exigir, nem a prescrição, nem ir ao médico e nem sequer ligar para o SNS 24”.
A portaria agora publicada reforça a importância de “garantir o acesso e a realização de Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) de uso profissional, prescritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e financiados através de um regime especial de preços máximos para efeitos de comparticipação”.
Rui Nogueira é favorável a que “se disponibilizem outra vez os testes gratuitos”, mas, não aceita que isso seja apenas possível, “com prescrição do SNS 24 ou do médico”.