A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) considerou esta segunda-feira “manifestamente baixo” a admissão de 500 novos agentes para a PSP, frisando que este número “não responde às necessidades” da polícia.
O presidente da ASPP, Paulo Santos, disse à Lusa que a abertura de 500 vagas para admissão ao curso de agentes ”não vai resolver o problema” de falta de polícias na Polícia de Segurança Pública, além de considerar que é um número “manifestamente baixo”, tendo em conta os elementos que estão à espera para irem para pré-aposentação.
Paulo Santos frisou que o Governo não abre vagas para um maior número de agentes porque por falta de candidatos, como aconteceu no ano passado, em que foi anunciado cerca de 1000 vagas e terminaram o curso cerca de 580.
O sindicalista afirmou que, caso o Governo não altere a política que permita aumentar a atratividade, os novos agentes vão ser sempre insuficientes.
Foi hoje publicado em Diário da República o despacho, assinado pelos ministros da Administração Interna e das Finanças, que autoriza a abertura de 500 vagas para admissão ao Curso de Formação de Agentes a iniciar em 2023, tendo em vista o ingresso nos quadros da Polícia de Segurança Pública.
Em comunicado, a ASPP considera que é “mais uma irresponsabilidade do Governo”, uma vez que há falta de polícias e o efetivo está envelhecido, existindo muitos agentes que já podiam sair para a pré-aposentação, mas tal não acontece porque esta saída depende do número dos novos elementos.
“Sabemos da dificuldade de recrutamento na Polícia de Segurança Pública, sabemos do envelhecimento que padece o efetivo policial, sabemos das situações de ausência ao serviço de forma prolongada, por razões de saúde e acidentes de serviço, sabemos ainda do constante corte de férias e folgas por escassez de efetivo, sustenta o maior sindicato da PSP.
A ASPP considera ainda que a PSP “não tem capacidade para responder” às necessidades das polícias municiais de Lisboa e Porto, apesar de admitir que esta polícia tem de ser apetrechadas com efetivos.
Mas, sublinhou, com esta política de admissões, a PSP não tem efetivos suficientes.
O Ministério da Administração Interna anunciou hoje que as polícias municipais de Lisboa e Porto vão ser reforçadas com 50 novos elementos provenientes da PSP.