A estrutura de missão para o programa orçamental da Saúde tomou posse esta segunda-feira, numa cerimónia em que o ministro Adalberto Campos Fernandes admitiu que “existe má gestão na saúde".
Os ministros das Finanças e da Saúde estiveram lado a lado numa cerimónia onde bateram na tecla da necessária sustentabilidade do setor.
Nesta fase final da legislatura, o ministro das Finanças, Mário Centeno, diz que quer dar mais recursos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas também quer perceber como gastar e porquê.
“Desejamos que os resultados alcançados através desta sinergia, que pretende global, constituam verdadeiros legados de práticas de gestão e estratégia para as diferentes entidades envolvidas e para a eficiência na execução do programa orçamental da Saúde”, declarou Mário Centeno.
"A ideia foi minha"
Já o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assumiu que foi dele a ideia de criar esta estrutura de missão.
Adalberto Campos Fernandes admitiu a existência de má gestão no setor, mas não é diferente da que existe noutras áreas.
“É evidente que existe má gestão na saúde, como existe noutras áreas setoriais. Basta ir ao portal do SNS e ver o ‘benchmark’ dos hospitais, para nós vermos que no mesmo grupo, com os mesmos recursos, nós temos hospitais com elevadíssimo desempenho e hospitais com muito mau desempenho”, declarou.
“O que nós temos de fazer é ajudar os que têm pior desempenho a aproximarem-se das melhores práticas. É por isso que esta unidade de missão vai ter como objetivo abrir espaço não só a avaliar aquilo que estamos a fazer em cada momento, sugerindo, recomendando, mas também a projetar os próximos anos, embora a comissão tenha o seu mandato limitado para a legislatura”, sublinha o ministro da Saúde.