O presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) acredita que a saída do primeiro navio da Ucrânia rumo ao Líbano, esta segunda-feira, com 26 mil toneladas de cereais, possa contribuir para a estabilização do mercado.
“É apenas o primeiro navio. Se esta situação vier a estabilizar e a concretizar-se, traduzindo-se na saída regular dos cereais da Ucrânia, então são boas notícias, diz, à Renascença, Eduardo Oliveira e Sousa.
Para o presidente da CAP, este é o início de uma nova fase, que pode contribuir também para diminuir a especulação dos preços dos cereais.
“Além de estabilizar, de alguma maneira, o mercado”, pode “acabar ou diminuir a especulação que há sempre nestas situações, e até, numa fase posterior, contribuir para alguma descida dos preços do acesso na importação deste cerais”, acrescenta.
É a primeira vez, depois do bloqueio dos portos ucranianos pela Rússia, que um navio se faz ao mar, cheio de cereais para exportação.
O navio partiu do porto de Odessa e segue em direção a Istambul (Turquia) onde a carga vai ser inspecionada, antes de seguir para o Líbano.
Eduardo Oliveira e Sousa lembra que Portugal é totalmente dependente da importação e que a saída destes cereais não vai diminuir a venda dos produtos dos agricultores portugueses.
“Nós somos totalmente dependentes da importação, por isso não vejo que isto possa minimizar ou fazer diminuir o valor dos produtos nesta situação. Não vejo que haja possibilidade de haver uma redução ou uma dificuldade na venda dos produtos dos nossos agricultores”, afirma o responsável.
O navio Razoni é esperado, pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Trípoli, no Líbano, esta terça-feira, dia 2 de agosto, um dia depois de ter saído do Porto de Odessa com 26 mil toneladas de milho.
O acontecimento dá-se depois de várias semanas de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, mediadas pela Turquia e pelas Nações Unidas, o Centro de Coordenação Conjunta (JCC), liderado pela ONU e com sede em Istambul.