Metade dos chefes de equipa das urgências do Hospital de Braga demitiu-se em bloco. A denúncia é do Sindicato Independente dos Médicos. Em causa está a insatisfação com as condições de trabalho e o desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde.
"Em Braga, um conjunto de diretores do serviço de urgência, depois de várias iniciativas junto do Conselho de Administração, resolveu tornar pública a sua insatisfação, dada a circunstância de falta de médicos, que tem a ver com a incapacidade de contratação", explicou à Renascença o secretário-geral do Sindicato, Jorge Roque da Cunha.
O sindicalista critica o ministério da Saúde por "optar por aquilo que é mais fácil, a contratação de prestadores de serviço, cerca de 140 milhões de euros no ano passado".
"Tal como ocorreu em Setúbal, ainda recentemente em Castelo Branco e em Leiria, um pouco por todo o país, está a ser evidenciada a incapacidade que o Ministério da Saúde tem de resolver um problema", afirma Roque da Cunha.
Questionado sobre como está a acompanhar as negociações sobre o Orçamento do Estado para 2022, em particular para o setor da saúde, Roque da Cunha deixa um apelo: "mais investimento e menos propaganda".
"O suposto aumento de investimento no Serviço Nacional de Saúde nem sequer conseguiu convencer os partidos que têm suportado o Governo no Orçamento, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda. E naturalmente que os sindicatos médicos não têm que fazer grandes comentários em relação à decisão soberana que o Parlamento tem e que é a autoridade máxima do país, não só de fiscalização do governo como também da aprovação do Orçamento", remata o sindicalista.