O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), D. António Augusto Azevedo, considera que a catequese “tem diversos desafios” que só podem ser superados “se todos caminharmos em conjunto”.
“Temos de envolver todos os agentes neste processo para que em conjunto sejamos capazes de responder a este desafio que é, antes de mais formação da fé dos mais novos. Precisamos de envolver as comunidades, famílias, os catequistas, e aqueles que estão ligados a isto”, defende.
O também bispo da diocese de Vila Real admite que “o colocar em prática o itinerário é uma tarefa exigente e que requer um trabalho conjunto”.
“Para além dos materiais para os quatro tempos propostos pelo itinerário precisamos de dar atenção à catequese dos adultos pois temos cada vez mais adultos sem a iniciação à fé cristã e que precisam de maior atenção e investimento”, sublinha.
O novo Itinerário de Iniciação à Vida Cristã das Crianças e dos Adolescentes com as Família, da Conferência Episcopal Portuguesa, é o documento orientador para a catequese, elaborado a partir dos documentos da CEP, do novo Diretório, entre outros, e da análise da realidade da catequese, em Portugal. Aponta para a necessidade de levar os catequizandos ao encontro com Jesus Cristo e de formar cristãos que assumam a sua fé em todas a dimensões da sua vida.
Este itinerário, dividido em quatro tempos, supõe a implementação de uma catequese catecumenal, querigmática/missionária e mistagógica e uma implicação das famílias em todo o processo de iniciação, com vista a uma renovação da missão catequética e o envolvimento de toda a comunidade.
Os responsáveis diocesanos da catequese estiveram reunidos em Fátima, onde analisaram o ano pastoral, apresentaram a proposta de catequese para o 3º e 4º tempos no pós-JMJ Lisboa 2023 e abordaram o “cuidado dos menores em contexto catequético”
Na visão do presidente da CEECDF, a JMJ vai ser oportunidade “para que muitos se interroguem acerca de si, do seu lugar de pertença e da sua fé”, e, por isso, defende que “temos que criar espaços, nas comunidades cristãs, para este acompanhar da formação da fé de modo continuado”.
Outro dos desafios ao setor - segundo D. António Augusto Azevedo - é o do “ministério do catequista”, e neste contexto entende que é preciso “dar passos concretos também aqui para ajudarmos a efetivar esta realidade”.
“Faz-se, certamente, com e em cada diocese, mas cabe-nos ajudar a formar, incentivar e fazer caminho”, observa.