O secretário-geral do PCP afirma que "não tinha grande jeito" reunir a comissão permanente da Assembleia da República, para debater a polémica do roubo de armas em Tancos, em plena campanha eleitoral para as legislativas de domingo.
"[Prevaleceram] o bom senso e a lógica, a dois dias do final da campanha. Não tinha grande jeito convocar para esta semana quando pode perfeitamente ser para a outra, permitindo assim que a campanha seja para colocar compromissos, propostas. Não tinha grande lógica ser esta semana. Para a semana, há tempo", afirmou Jerónimo de Sousa, na primeira "arruada" em 11 dias de campanha oficial, na Baixa da Banheira.
PS, Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista "Os Verdes" assumiram hoje a mesma posição em conferência de líderes parlamentares, marcando apenas para quarta-feira a reunião da comissão permanente sobre o caso de Tancos, ao contrário do que pretendiam PSD e CDS-PP.
"Nós não nos desviamos, independentemente da importância do acontecimento, nestes dois dias, do arranque final para uma campanha de grande dinamismo", acrescentou.
Antes, a presidente do CDS-PP acusou o presidente da Assembleia da República, o ex-líder socialista Ferro Rodrigues, de estar a "proteger o PS" ao ter recusado enviar para o Ministério Público as declarações prestadas pelo ex-ministro da Defesa e do primeiro-ministro, António Costa, durante a comissão parlamentar de inquérito ao caso de Tancos.
Já Ferro Rodrigues defendeu que a acusação feita pela líder do CDS-PP foi "inapropriada, incorreta e injustificada", porque as declarações do ex-ministro da Defesa e do primeiro-ministro estão disponíveis sem "restrições ou condicionalismos".
O presidente do PSD, Rui Rio, declarou que "o parlamento entendeu que deve ser para a semana, por força da esquerda, é assim que será", porque "a maioria assim decidiu".