A organização do festival Correntes d'Escritas criou "um grupo de acompanhamento", depois de confirmar que o escritor chileno Luis Sepúlveda, que esteve no encontro, está infetado com o novo coronavírus. O anúncio foi feito este domingo.
Em comunicado, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim (Porto), que organiza o festival, explica que "foi constituído um grupo de acompanhamento" que "seguirá todas as recomendações" da Direção-Geral de Saúde.
O comunicado adverte todos os funcionários e colaboradores que estiveram em contacto próximo com o autor para permanecerem em casa, por precaução, medir a temperatura duas vezes por dia e contactar as linhas de saúde se necessário. Aos restantes é dito apenas para estarem atentos ao seu estado de saúde.
A medida é tomada depois de ter sido confirmado que Luis Sepúlveda, um dos convidados do festival, está infetado com o novo coronavírus e hospitalizado em Espanha.
O jornal espanhol “La Voz de Asturias” noticiou no sábado que o escritor, de 70 anos, é o primeiro caso confirmado na região das Astúrias, em Espanha, e está em isolamento no Hospital Universitário Central das Astúrias, em Oviedo.
Segundo a publicação, o escritor e a mulher estiverem no festival Correntes d'Escritas entre 18 e 23 de fevereiro, os primeiros sintomas surgiram no dia 25, e Luis Sepúlveda procurou ajuda médica dois dias depois. A mulher também se encontra em isolamento naquela unidade de saúde, não estando ainda confirmado que está infetada.
A 21.ª do festival Correntes d'Escritas decorreu de 19 a 23 de fevereiro com a participação de quase uma centena de autores de expressão ibérica, de 14 nacionalidades, que participaram em várias atividades, como debates e encontros com público.
Segundo a organização do festival, o grupo de acompanhamento está "em contacto direto com as entidades responsáveis de saúde local, regional e nacional", remetendo "toda a comunicação sobre este assunto" para a Direção-Geral de Saúde.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou quase três mil mortos e infetou mais de 86 mil pessoas, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.
Das pessoas infetadas, mais de 39 mil recuperaram.
No sábado, a Direção-Geral de Saúde (DGS) revelou que Portugal teve até hoje 70 casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus (Covid-19), dos quais 67 deram negativo e os restantes três aguardam resultados laboratoriais.
Segundo o boletim epidemiológico da DGS sobre o Covid-19, Portugal não registava, às 18h00 de sábado, nenhum caso de infeção.
O boletim apenas menciona os casos registados no país, excluindo os dois casos conhecidos de portugueses infetados pelo novo coronavírus hospitalizados no Japão.
Destes dois portugueses, Adriano Maranhão, o primeiro a ser infetado com o novo coronavírus, recebeu este domingo alta hospitalar no Japão, depois de resultados negativos nas análises, segundo a sua mulher, Emmanuelle Maranhão.
[Notícia atualizada às 14h25]