Já saiu o ranking das escolas. Quais são as principais conclusões?
16-06-2023 - 18:00
 • Miguel Coelho

Tal como em anos anteriores, a Renascença divulgou esta sexta-feira as listas organizadas com base nos resultados dos exames de 2022. Que conclusões podemos retirar com base neste ranking?

Olhando para o ranking das escolas, criado pela Renascença, com base nas notas médias dos exames nacionais, conclui-se que as escolas privadas continuam a dominar os primeiros lugares, quer no ensino básico, quer no secundário.

No secundário, os colégios ocupam os 32 primeiros lugares. A melhor escola pública aparece apenas em trigésimo-terceiro lugar.

Ainda assim, é o melhor resultado dos últimos cinco anos. No ano passado a melhor pública era apenas trigésima-quinta.

É imporante explicar que nestes rankings a Renascença inclui apenas as escolas com mais de 100 exames realizados, no conjunto das oito provas com mais alunos.

Isto para evitar a distorção dos resultados com a inclusão de escolas com um numero reduzido de exames.

Afinal, qual é a melhor escola?

Há dois rankings principais. No ensino secundário, a escola com a média mais elevada é o Grande Colégio Universal, do Porto, com uma média de 16,3.

Seguido do Colégio Efanor, de Matosinhos, e do Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga.

A melhor pública é a Secundária de Vouzela com média de 13,5.

No que toca ao ensino básico, portanto aos exames do nono ano, a melhor escola do país também é do Porto.

É o Externato das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, com uma média de 4,33 (no ensino básico as notas são de 1 a 5).

No caso das públicas, a melhor básica é a Vasco da Gama, em Lisboa com 3,63.

Esta escola só aparece na posição 27, o que significa que nos exames do nono ano as 26 escolas com melhores resultados são todas privadas.

Nestes rankings também é possível perceber quais são as piores escolas?

Sim, no secundário a pior é a Escola José Cardoso Pires, em Loures, com uma média de apenas 7,9.

Aliás, as cinco piores escolas sedundárias estão todas no distrito de Lisboa. E a pior básica também.

É a Escola do Alto do Lumiar com uma média inferior a 1, mais exactamente 0,94.

Há outras formas de olhar para estes rankings?

Sim, e uma delas é o chamado ranking do sucesso.

Tal como em anos anteriores, a Renascença procurou calcular em cada escola, a percentagem de alunos que completou o ciclo de ensino nos três anos previstos, em comparação com as outras escolas com o mesmo contexto socio-económico.

É uma forma de tentar perceber até que ponto uma escola tem êxito em levar os alunos a transcenderem o ambiente desfavorável em que se inserem. E as conclusões são curiosas.

Neste ranking do sucesso são escolas públicas que predominam nos primeiros lugares.

A lista é liderada, no caso do secundário, pela escola Professor António da Natividade, em Mesão Frio, no distrito de Vila Real.

E no básico pela escola de Paredes, no distrito do Porto.

É outra forma de ver a realidade - e que, de facto, até pode ser mais ajustada do que apenas hierarquizar as escolas, sem ter em conta o contexto económico e social.

Há ainda outra perspectiva que é interessante - as raparigas têm melhores resultados do que os rapazes em quase todo o pais com excepção das Ilhas e do Alentejo.

E até a Matemática são elas que, em média, obtêm melhores notas.

Onde é que se pode encontrar isto tudo?

Se quiserem saber em que posição aparece a vossa escola é só ir aqui.

Temos uma pesquisa interativa, onde podem escolher o tipo de escola (secundária ou básica, pública ou privada), a nivel nacional ou por distritos.

Estão também disponíveis um conjunto grande de artigos, tabelas e mapas sobre as principais conclusões que se podem retirar dos rankings.