Mais de 63% dos portugueses com 65 ou mais anos foram vacinados contra a gripe neste inverno. O número foi divulgado esta quarta-feira no relatório "Vacinómetro" para a época gripal 2015/16.
Foram ainda vacinados 34% dos portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos, o que dá um total de mais de 1,5 milhões de pessoas com mais de 60 anos – um número semelhante ao registado no ano passado.
O mesmo documento estima também que foram vacinados 30% das pessoas com doenças crónicas e mais de metade (55,7%) dos profissionais de saúde com contacto directo com os doentes.
Entre os doentes crónicos, registou-se uma redução face ao ano passado, altura em que foram vacinados 55,3% desta população.
"Não estamos a chegar a estes doentes e fazem parte de um dos grupos de risco fundamentais. A estratégia para o próximo ano deve ter em conta os doentes crónicos", afirmou Robalo Cordeiro, ex-presidente da SPP, à agência Lusa.
Robalo Cordeiro considera a quebra na vacinação de doentes crónicos a parte mais negativo do relatório, por se tratar de uma população de "alto risco".
Quanto aos aspectos positivos, salientou a manutenção de um número elevado de pessoas vacinadas com mais de 65 anos, que "cumpre e até ultrapassa a meta da DGS", e um aumento nos profissionais de saúde.
Os dados, no conjunto, indicam que quase metade da população estudada, 49,4%, foi vacinada, com uma percentagem quase idêntica de homens e mulheres (ligeiro aumento de homens).
Portugal está em condições de chegar à meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde de vacinação de 75% das pessoas com 65 e mais anos em 2020, salienta Robalo Cordeiro, acrescentando um “outro excelente indicador”: “o dos profissionais de saúde, que dão o exemplo e que estão empenhados em promover a prevenção".
Ainda de acordo com o relatório, calcula-se que 7% das pessoas pertencentes aos grupos prioritários para vacinação foram vacinadas pela primeira vez.
O "Vacinómetro" é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de uma farmacêutica, e acontece nos últimos sete anos.
Permite "monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS)": pessoas com idades entre os 60 e os 64 anos, com 65 e mais anos, portadores de doenças crónicas e trabalhadores em instituições de saúde.