A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem suspeito de ter montado um esquema de fraude financeira internacional em pirâmide que prometia lucros na ordem dos 27% e que obteve de forma ilícita pelo menos cinco milhões de euros.
Em comunicado, a PJ explica que o homem, de 39 anos e que acabou por ficar em prisão preventiva, é suspeito da prática dos crimes de burla qualificada, falsificação de documento e branqueamento.
Segundo a PJ, o detido terá desenhado um plano criminoso visando a prática de burlas de cariz internacional, num esquema de fraude financeira piramidal (ponzi scheme).
O esquema fraudulento assentava na promessa da obtenção de rendibilidades que rondavam os 27% para os clientes que investissem nos mercados cambiais através de um software informático, que monitorizaria o mercado cambial e decidiria qual o "timing" de entrada e as moedas nas quais se deveria investir.
Por outro lado, acrescenta, "o investimento tinha, obrigatoriamente, de ter a intervenção de um intermediário, o qual beneficiaria de uma comissão progressiva indexada à angariação de novos investidores por parte da sua "equipa"".
No decurso da investigação, as autoridades concluiram que não houve qualquer investimento efetivo no mercado cambial e que os pagamentos parciais feitos aos investidores eram oriundos da injeção de capital proveniente de novos investidores.
Através deste esquema, a rede liderada pelo homem agora detido obteve um enriquecimento ilícito que até ao momento é de pelo menos cinco milhões de euros, tendo provocado centenas de vítimas em cerca de duas dezenas de países europeus.
A grande maioria dos fundos foram recebidos em contas bancárias sediadas junto de instituições financeiras portuguesas e as autoridades conseguiram apreender saldos bancários no valor de aproximadamente três milhões e meio de euros e arrestar um imóvel de luxo, de valor superior a meio milhão de euros.
A detenção foi feita pela PJ, através da através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), no âmbito de um processo crime cuja investigação corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.