O número de trabalhadores migrantes internacionais aumentou 5% entre 2017 e 2019, passando de 164 para 169 milhões. Ou seja, mais 3%.
Destes, quase 17 milhões (10%) são jovens até aos 24 anos. E a percentagem de pessoas que nesta faixa etária, foge ao desemprego nos seus países, subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, também aumentou.
Os dados constam de um relatório da Organização Internacional do Trabalho, divulgado esta quarta-feira.
Dois terços destes trabalhadores imigram para países desenvolvidos, nomeadamente da Europa, Ásia central e Américas.
A maioria são homens - 99 milhões, contra 70 milhões de mulheres. Estas, em muitos casos e inicialmente, imigram para acompanhar a famílias. E enfrentam maiores obstáculos para conseguir trabalho e em condições de conciliar a vida familiar com o emprego. Além de estarem sujeitas a discriminação de género.
No entanto, as mulheres têm um papel cada vez mais preponderante nos serviços, nomeadamente, nos cuidados de saúde, apoio social e doméstico. Os homens trabalham sobretudo na indústria.
Sociedades desenvolvidas dependem cada vez mais de migrantes, mas estes continuam a ter menos direitos
O relatório da OIT refere que os trabalhadores migrantes internacionais constituem cerca de 5% da força de trabalho global, contribuindo decisivamente para a economia mundial.
“Em muitas regiões, os trabalhadores migrantes têm um papel vital nos seus países de destino, sociedade e economia, prestando serviços essenciais em sectores críticos, como saúde e cuidados, transportes, serviços, agricultura e indústria alimentar”, refere o documento agora divulgado.
No entanto, estes trabalhadores estão muito frequentemente expostos a trabalhos temporários, informais e sem proteção. Também ficam mais facilmente sujeitos aos despedimentos e a piores condições de trabalho.
Situação que, segundo a Organização Internacional do Trabalho, se agravou com a Covid-19. A pandemia intensificou as vulnerabilidades, particularmente para as mulheres, tendo um forte peso no que toca a trabalho em piores condições, pouco qualificado e mais mal pago, com um acesso muito limitado à proteção social.
Em muitos países ficaram excluídos das políticas públicas nacionais de proteção contra a pandemia e as suas consequências económicas e sociais.
Manuela Tomei, diretora do departamento de Condições de Trabalho e Igualdade da OIT, diz que “a pandemia expôs a precariedade desta situação”.
Para a OIT, a estatísticas podem ajudar os países a definir políticas públicas.
“As políticas de migração serão efetivas apenas se tiverem como base evidências estatísticas sólidas, E é o que pretende este Relatório, que apresenta estimativas consistentes, baseadas em métodos rigoroso e dados fiáveis, referiu o chefe de Estatísticas da OIT, Rafael Diez de Medina.
Políticas que, na opinião deste responsável da organização internacional do Trabalho, “podem ajudar os países a responder a mudanças na oferta e procura de mão-de-obra, estimular a inovação e o desenvolvimento sustentável, assim como a transferência e atualização de competências”.