O presidente da OMS, Tedros Ghebreyesus, apelou este domingo aos doadores para que não suspendam o financiamento à UNRWA, agência da ONU para os refugiados palestinianos, “neste momento crítico”, que a organização vive.
Ghebreyesus argumenta que “cortar o financiamento só prejudicará o povo de Gaza que precisa desesperadamente de apoio”.
No sábado, Phillippe Lazzarini, líder da UNRWA, afirmou na rede social X que “a assistência vital da UNRWA está prestes a terminar na sequência das decisões dos países de cortar o financiamento à agência”.
“A nossa operação humanitária, da qual dois milhões de pessoas dependem como tábua de salvação em Gaza, está em colapso. Estou chocado que tais decisões sejam tomadas com base no alegado comportamento de alguns indivíduos e, à medida que a guerra continua, as necessidades aumentam e a fome se aproxima”, avalia Lazzarini.
“Os palestinianos em Gaza não precisavam desta punição colectiva adicional. Isso mancha a todos nós”, acrescentou.
O Governo francês anunciou este domingo que "não prevê" uma nova doação de fundos para a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinianos (UNRWA) durante o primeiro semestre deste ano.
Apesar dessa decisão, o executivo de França garantiu que retomará a sua contribuição se "forem dados todos os requisitos de transparência e segurança" necessários.
Os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido, a Alemanha, a Itália, os Países Baixos, a Suíça, a Finlândia e a Austrália anunciaram este fim de semana a suspensão do financiamento à UNRWA, depois de a agência ter rescindido os contratos de vários funcionários por alegações do seu possível envolvimento com o movimento extremista islâmico Hamas nos ataques de outubro.
Israel agradeceu aos países que suspenderam o financiamento da UNRWA e apelou a que outros se juntem à ação contra a agência, que acusa de ser um "refúgio para terroristas", enquanto o Hamas negou categoricamente que o pessoal humanitário colabore com eles em ações militares.
O grupo islamita palestiniano Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos.