Vai ser uma sexta-feira complicada para quem precisa dos serviços do Estado. Os funcionários públicos estão em greve e os efeitos já se fazem sentir nos hospitais e na recolha de lixo, mas também são esperadas consequências em escolas e repartições de finanças, que podem ficar de portas fechadas.
"As indicações que temos é que estamos perante uma grande adesão quer nos hospitais, na recolha de resíduos sólidos, quer na educação, quer noutros setores que hoje de manhã vão ter percalços significativos", adiantou à Lusa Arménio Carlos junto à Escola EB2/3 Manuel da Maia, em Lisboa, que está encerrada devido à paralisação.
Segundo o sindicalista da CGTP, na origem da greve está a "não atualização dos salários de cerca de 600 mil trabalhadores pelo décimo ano consecutivo, as carreiras bloqueadas na maior parte dos casos, as progressões longe do desejável e a falta de resposta para a aquisição de mais trabalhadores".
"Esta greve demonstra o grande descontentamento e indignação pelo facto de as carreiras continuarem congeladas e sem resposta e por outro lado continuarmos a assistir a situações de precariedade como as que ocorrem aqui na [escola] Manuel da Maia onde contratam trabalhadores por três horas e meia para desenvolver uma atividade que é permanente", disse.
Em declarações à Renascença, ao início da manhã, João Dias da Silva (da FNE) acredita que muitas escolas vão estar de portas fechadas. “As expetativas são muito elevadas. Temos informações de trabalhadores que nos disseram que iam estar em greve, alguns já estiveram ontem e hoje muitos mais vão aderir. Isto vai significar o encerramento de dezenas ou centenas de escolas por todo o país, de todos os níveis de ensino. O descontentamento é muito grande e há vontade de dar ao Governo um sinal claro de que tem que se sentar à mesa das negociações. É isso que vai estar expresso hoje”, disse.