A Ucrânia disse esta quinta-feira que está "agradecida" pela decisão de suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirmando que "criminosos de guerra" não devem ter lugar em tais organismos.
"Os criminosos de guerra não têm lugar nos órgãos da ONU destinados a proteger os direitos humanos", escreveu na sua conta da rede social Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
"(Estou) grato a todos os Estados-membros que apoiaram a resolução relevante da Assembleia-Geral da ONU e escolheram o lado certo da História", acrescentou o chefe da diplomacia ucraniana.
A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Ucrânia.
A resolução, apresentada pelos Estados Unidos da América (EUA) e apoiada pela Ucrânia e outros aliados, obteve 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções entre os 193 Estados-membros das Nações Unidas.
A proposta foi apresentada pelos EUA "em estreita coordenação com a Ucrânia e com outros Estados-membros e parceiros da ONU", como avançou, na segunda-feira, a embaixadora norte-americana junto da Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield.
O Conselho de Direitos Humanos, criado em 2006, é o principal fórum das Nações Unidas responsável por promover e monitorizar esta área, sendo composto por 47 Estados-membros, eleitos pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Tanto a Ucrânia como a Rússia constam na atual composição do Conselho, sendo que o mandato russo expirava em 2023.
Na história da ONU, só a Líbia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos, em 2011, na sequência de uma votação na Assembleia-Geral da ONU.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.