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O presidente da República defendeu esta segunda-feira que o levantamento das patentes das vacinas contra a covid-19 é "claramente insuficiente", salientando que "é mais urgente" aumentar a produção e exportação de doses daquela solução de combate à pandemia.
"Isto é uma corrida contra relógio, portanto, temos que garantir que quem já está a fabricar ou a começar a fabricar, fabrique muito mais e exporte, só assim se resolve em tempo o problema. É mais urgente produzir já quem pode produzir, exportar já aquilo que não utiliza. É mais eficaz e mais urgente", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em Esposende, no distrito de Braga, à margem de uma visita à Loja Social.
Para o chefe de Estado, "é preciso ir à questão de fundo" e essa questão vai mais além do que o levantamento das referidas patentes.
"Como disse o papa Francisco, e muito bem, deve haver um acesso universal, isto é, de todos, do maior número de pessoas às vacinas. Eu acrescentaria universal e igual. É preciso garantir a qualidade das vacinas, ou às tantas há acesso universal mas nuns casos a vacinas de 1ª 2ª ou 3ª categoria e noutros de 5ª, 6ª, 7ª categoria", apontou.
Por isso, afirmou, "o levantamento de patentes pode ser uma hipótese mas é insuficiente, claramente insuficiente porque o levantamento de patentes só por si não resolve o problema do processo de fabrico nem do começo da fabricação".
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou ainda estar de acordo com a posição da União Europeia face ao desafio lançada pelos Estados Unidos da América para que seja feito o levantamento das patentes da vacina contra a covid-19.
"Como estamos a falar de uma realidade que é para amanhã, eu acho que a União Europeia esteve bem quando convidou os Estados Unidos da América a dar o exemplo, que eu acho que os países europeus têm de dar o exemplo, e têm dado, que é produzirem mais e exportarem mais", disse.
"Temos que garantir que quem já está a fabricar ou a começar a fabricar, fabrique muito mais e exporte, só assim se resolve em tempo o problema", terminou.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.294.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 158,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.993 pessoas dos 839.740 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.