Dois homens e uma mulher de 35, 52 e 53 anos foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) através da diretoria do Centro, por suspeita de crimes de tráfico de pessoas para exploração laboral e escravidão.
Num comunicado enviado esta sexta-feira às redações, a PJ indica que "os arguidos, de forma concertada e organizada, desde há vários a esta parte, vinham recrutando pessoas fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social, que ludibriavam com promessas de emprego bem remunerado, em explorações agrícolas em Espanha e Portugal".
Os três arguidos intermediavam "junto de vários empregadores o fornecimento deste tipo de mão-de-obra". As vítimas eram "controladas sob ameaça e coação" e os arguidos mantinham na sua posse a "quase totalidade dos proventos auferidos, através da apropriação do dinheiro que os empresários lhe entregavam para pagamento dos salários".
Durante a investigação, e em colaboração com a GNR, a PJ resgatou uma mulher de 36 anos de idade e com um filho menor que se encontrava escravizada há 23 anos por este grupo em Castelo Branco. A mulher rabalhava em várias companhias agrícolas e não só não recebia qualquer tipo de remuneração como era obrigada a entregar as prestações sociais que recebia mensalmente do Estado.
Para esta investigação contribuíram ainda as Equipas Multidisciplinares Especializadas de Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos, na vertente do acolhimento e estabilização emocional de mãe e filho, adianta a PJ, cuja operação para localizar e deter os suspeitos contou ainda com a participação dos Comandos Distritais da PSP de Castelo Branco e Portalegre.
Os três detidos já foram presentes a tribunal para primeiro interrogatório e vão ficar em prisão preventiva.