Governo indisponível para acabar com portagens nas ex-SCUT
07-12-2015 - 16:44
 • Henrique Cunha

Fonte próxima do executivo admite, no entanto, rever as taxas cobradas em algumas das antigas vias sem custos para o utilizador.

A questão da abolição de portagens nas antigas SCUT não faz parte do programa de Governo. A garantia foi deixada por fonte do executivo à Renascença esta segunda-feira.

A mesma fonte admitiu, contudo, a possibilidade do Ministério do Planeamento e infra-estruturas estudar formas alternativas que possam tornar menos onerosas as portagens das populações, onde os índices económicos apresentem valores mais preocupantes.

A resposta do Governo à Renascença surge na sequência do anúncio do Bloco de Esquerda e PCP em avançar com projectos de lei para a abolição de portagens na A22 (Via do Infante), no Algarve, assim como na A23 e A24.

Esta segunda-feira, véspera da data em que passam quatro anos da introdução de portagens na Via do Infante, os bloquistas apresentaram uma proposta com vista à sua supressão.

O PCP também entregou no Parlamento vários projectos de resolução que visam acabar com o pagamento de taxas nas A23, A22 e também na 24 que faz a ligação Viseu – Chaves.

BE e PCP apresentaram várias propostas de projectos de resolução e de lei, durante a legislatura anterior, para abolir as portagens na Via do Infante, mas todas elas foram rejeitadas pela maioria PSD/CDS-PP e também pelo PS.

Acção de protesto

A comissão de utentes da Via do Infante marcou para terça-feira uma acção de protesto pela abolição das portagens na A22 a ter lugar junto à ponte internacional do Guadiana.

Nesse dia completam-se quatro anos da introdução de portagens na Via do Infante, que atravessa o distrito de Faro e que passou, desde então, a ser designada por A22.

A comissão de utentes defende que se tem agravado a crise social e económica no Algarve, uma região que vive quase exclusivamente do turismo, "com falências, encerramentos de empresas e altos índices de desemprego.

Segundo a comissão de utentes, o Algarve "perdeu competitividade em relação à vizinha Andaluzia, elevando-se as perdas do mercado espanhol em mais de 25%, com perdas anuais de 30 milhões de euros; a mobilidade na região regrediu cerca de 20 anos, voltando a EN 125, uma "rua urbana", a transformar-se numa via muito perigosa, com extensas e morosas vila de veículos e onde os acidentes de viação se sucedem, com muitas vítimas mortais e feridos graves".