O grupo Vodafone pondera não ir a leilão ou licitar menos espectro do 5G (quinta geração de telecomunicações) caso as regras propostas pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) para o concurso "não forem alteradas", adiantou fonte do grupo esta quinta-feira.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Vodafone Portugal confirma que a presidente executiva do Cluster Europa "concedeu hoje uma entrevista a uma agência de notícias internacional (Reuters)" na qual admitiu isso mesmo.
"Nessa entrevista, Serpil Timuray faz a leitura do grupo Vodafone sobre as regras propostas pela Anacom para o regulamento do leilão do 5G em Portugal, considerando-as ilegais e discriminatórias", afirmou fonte oficial da operadora de telecomunicações.
A mesma acrescentou que, "enquanto responsável pela definição dos investimentos canalizados para a região que lidera, e na qual se integra a Vodafone Portugal, a CEO do Cluster Europa pondera reconsiderar todas as opções do grupo em Portugal, incluindo 'licitar por menos espectro ou não licitar' se as regras não forem alteradas".´
A Anacom, que pretende lançar o leilão já em outubro depois de adiamentos por causa da pandemia, reservou um espectro preferencial de direitos de utilização de frequências (DUF) nas faixas entre os 900 Mhz e 1.800 Mhz para estreantes, com um desconto de 25% sobre o preço final de leilão.
A CEO da Vodafone Cluster Europe diz à Reuters que a proposta é ilegal e discriminatória, "quer sob a lei portuguesa, quer sob a legislação da UE".
Na mesma entrevista, Timuray adianta que a Vodafone -- que investiu 1.6 mil milhões de euros em Portugal nos últimos seis anos -- terá de reconsiderar os planos para criar o seu Centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) paneuropeu em Portugal caso o regulador mantenha as regras propostas para o leilão.