Marcelo defende tratado global contra as pandemias
19-09-2021 - 08:20
 • Lusa

Em Nova Iorque para a Assembleia Geral da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para apelar ao reforço das organizações internacionais, incluindo a OMS.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu no sábado que é urgente aprovar um tratado global contra as pandemias e reformar a Organização Mundial da Saúde (OMS), num quadro de reforço do diálogo e organizações globais.

O chefe de Estado transmitiu esta posição aos jornalistas no final de uma visita ao centenário Sport Club Português, em Newark, Nova Jérsia, que realizou logo após a sua chegada aos Estados Unidos da América.

Questionado sobre a intervenção que fará na terça-feira na 76.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que tenciona "chamar a atenção para os problemas que hoje se vivem no mundo: a pandemia, por um lado, a crise económica e social, por outro, e a situação geopolítica".

"Veja-se o que aconteceu na sequência da saída do Afeganistão e as movimentações que há geoestratégicas", referiu.

Segundo o Presidente da República, "tudo isso implica um reforço das organizações internacionais, uma capacidade de diálogo".

"Isso hoje é urgente, porque temos de prevenir novas pandemias com um tratado global contra as pandemias, temos de reforçar e reformar a OMS, o que significa dar mais peso às Nações Unidas e organizações mundiais. Temos, em termos de clima, de ir mais longe, porque tudo está ligado com tudo", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa qualificou a atual conjuntura como "muito, muito sensível" e assinalou que a Covid-19 "continua a ser um problema em vários países", observando que "felizmente em Portugal já não é assim, começa a deixar de ser o problema que foi".

"Isto necessita de uma resposta global, não pode ser esta resposta país a país, nunca mais resolvemos o problema", insistiu.

"É uma lição que se tirou de tudo, da pandemia, do Afeganistão e da crise: nenhuma potência, mesmo as mais fortes, e os Estados Unidos da América são a potência mais forte no mundo neste momento, mas há outras potências a nível global e regional, consegue sozinha resolver problemas dessa dimensão. Isso implica haver organizações internacionais que funcionem e prevenir antes de remediar", reforçou.

A propósito da visita que fará no domingo ao memorial do 11 de Setembro, em Nova Iorque, o Presidente da República defendeu que também o terrorismo não pode ser vencido por "nenhuma potência, nenhum país, nem nenhuma coligação limitada" e exige "a abertura a uma visão global, o reforço das organizações internacionais".

"Isto é, um esforço acrescido, em que Portugal está naturalmente empenhado, em que a União Europeia está empenhada, em que os nossos aliados entre os quais os Estados Unidos da América e no quadro da NATO estamos empenhados, mas tem de ser mais vasta. Portanto, o terrorismo, tal como o clima, tal como as migrações, tal como as pandemias, tal como as crises económicas e sociais, sendo fenómenos globais, exigem respostas globais", sustentou.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que no seu discurso de terça-feira irá "saudar muito especialmente o secretário-geral [da ONU, António Guterres] reeleito por aclamação", considerando que isso constitui "um prestígio para Portugal e importa sublinhá-lo" e irá "apoiar as prioridades dele para os próximos cinco anos".

Segundo o chefe de Estado, Portugal tem a capacidade de "fazer pontes" com aliados como os Estados Unidos da América, na União Europeia, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na Comunidade Ibero-Americana e "noutros pontos do mundo", que tão necessária é.

Ainda quanto à intervenção que irá fazer perante a Assembleia Geral da ONU, adiantou: "Vou lembrar que há em Portugal para o ano, em junho, a conferência universal dos oceanos, que é outra prioridade, que tem a ver com o clima. Vou recordar que na presidência portuguesa da União Europeia nós apostámos muito também naquilo que são os grandes desafios económicos e sociais do futuro. Temos de encontrar maneira de fomentar o desenvolvimento, porque só isso pode travar as migrações".