A Taça das Nações Africanas arranca, esta quinta-feira à noite, no Egito, com o jogo de abertura a opor a seleção anfitriã ao Zimbabwe.
Pela primeira vez, a prova conta com 24 seleções. Eram 16 até à anterior edição. Haverá VAR só a partir dos quartos de final e o Egito, a jogar em casa e com o melhor palmarés na história da competição, é o principal favorito, contando na equipa com a grande figura da prova, a estrela do Liverpool, Mohamed Salah, vencedor da Liga dos Campeões.
O treinador português Paulo Duarte, que não conseguiu, desta vez, levar Burquina Faso à fase final, antevê quatro equipas favoritas à conquista da Taça das Nações Africanas: Egito, Marrocos, Senegal e Costa do Marfim.
“O Egito é um dos grandes favoritos. Marrocos nos próximos dois anos vai ser provavelmente a melhor equipa africana, porque tem jovens jogadores de muita qualidade a atuar em toda a Europa. O Senegal está fortíssimo, porque tem qualidade e quantidade de jogadores, com Mané à cabeça. A Costa do Marfim perdeu uma geração de ouro, mas conseguiu renovar-se. Estas quatro seleções são as mais fortes candidatas, não obstante poder haver uma equipa surpresa”, antevê, em entrevista a Bola Branca.
Guiné-Bissau e Angola com 18 jogadores que atuam em Portugal
Nas 24 seleções presentes na Taça das Nações Africanas, estarão 28 jogadores que atuam em Portugal. O maior contingente está na Guiné-Bissau, com 12 jogadores. Logo a seguir, Angola, com seis. Paulo Duarte não coloca os dois países lusófonos entre os favoritos.
"A Guiné-Bissau está num grupo mais forte que Angola. A equipa angolana tem qualidade de jogo e uma boa organização imposta pelo sérvio Srdjan Vasiljevic. Mas a Guiné-Bissau tem mais soluções e opções. Pena para a Guiné e sorte para Portugal que alguns jogadores optem pela seleção portuguesa, caso contrário a equipa guineense seria uma grande força do futebol africano. Mas tem ganho força, precisando de maturidade. Guiné-Bissau e Angola estão no bom caminho e apesar das dificuldades dos grupos, podem fazer algo de bom na Taça das Nações Africanas”, considera o selecionador de Burquina Faso.
Futuro de Paulo Duarte em aberto
Está quase a terminar o contrato de Paulo Duarte com a Federação de Burquina Faso. O futuro do treinador português ainda é uma incógnita.
"Dentro de um mês, o meu futuro deverá ficar definido, mas ainda não sei qual vai ser a minha decisão. Apesar de ter perdido a qualificação para a Taça das Nações Africanas, devido a um excesso anormal de lesões, o Burquina quer renovar comigo e em princípio vai apresentar-se um projeto de quatro anos que passa pela renovação estrutural de toda a equipa", revela.
Para já, o técnico está "em fase de reflexão": "Vou analisar o que engloba o projeto em termos de estabilidade e ambição da Federação. Gostava de mudar de ares e experimentar outros campeonatos porque não pretendo ficar em África toda a minha carreira. Mas sinto-me bem na Burkina e estou estável."
Regresso a Portugal
Paulo Duarte está fora de Portugal desde 2008 e o regresso não faz parte dos planos do treinador para os próximos anos.
"Gostaria de regressar e vou voltar a entrar no futebol português, seguramente, mas nunca antes dos próximos, três, quatro ou cinco anos. Antes desse período de tempo, não pretendo regressar, porque neste momento entendo que tenho muito mais a ganhar no exterior, quer a nível de estabilidade financeira, quer ao nível do conhecimento e das diferentes formas de pensar o futebol nos vários continentes. Quero continuar a andar fora, para depois regressar à minha casa de partida”, assume.
Paulo Duarte iniciou a carreira de treinador na União de Leiria em 2006/07, tendo treinado em África as seleções de Burquina Faso e Gabão, para além de orientar uma equipa do campeonato tunisino, o Sfaxien. O contrato do treinador português com a Federação do Burquina Faso termina a 31 de julho.