Está a chegar uma nova aplicação para procurar emprego. Esta nova ferramenta destina-se, sobretudo, aos jovens e não se limita a identificar oportunidades de trabalho, promovendo também as competências individuais.
A aplicação móvel vai utilizar técnicas de gamificação para combinar as qualidades e competências dos candidatos que estão fora do mercado de trabalho às características das profissões e indicar o emprego mais adequado a cada perfil.
Este é um projeto de seis instituições de cinco países, em que Portugal está representado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).
A ideia nasceu durante a pandemia, face ao aumento da taxa de desemprego, que está atualmente nos 8%, segundo o Eurostat. O projeto “LifeSkills VR – Life Skills for Employment in COVID-19 Era through VR Innovation” é uma alternativa aos testes vocacionais, que junta as técnicas de gamificação com o modelo de Holland (ouRIASEC). Este define seis tipos de personalidades/ambientes: Realista, Investigador, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional.
O objetivo é apresentar uma ferramenta mais eficaz. “Os testes vocacionais são utilizados há bastante tempo, mas conforme expôs o Centre for Factories of the Future (C4FF) à Agência Erasmus britânica, além de serem pouco abrangentes, os seus resultados não vão além da apresentação de áreas de afinidade”, explica Demetrius Lacet, investigador do INESC TEC.
“A solução agora proposta pretende colmatar as lacunas existentes nos atuais modelos de testes vocacionais, oferecendo um envolvimento suficientemente atrativo para as gerações atuais. Ao criarmos uma atmosfera virtual e pedirmos ao público-alvo que teste o código RIASEC neste ambiente, temos a oportunidade de usar a experiência e o conhecimento adquiridos no mundo real para criar uma variedade de situações no mundo virtual”, concretiza.
"3 em 1"
Esta aplicação será um "3 em 1": vai identificar as aptidões e a vocação dos utilizadores; orientá-los de forma mais precisa na procura de emprego; e, simultaneamente, promover a aquisição de novas competências digitais.
“Espera-se que esta ferramenta ajude o utilizador a desenvolver algumas 'soft skills', nomeadamente trabalho em equipa, gestão de tempo, resposta a problemas ou a lidar com o erro”, indica António Coelho, responsável pelo projeto no INESC TEC e professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
A versão portuguesa da App será testada pelo INESC TEC e deverá ser testada em 2023 por agências de emprego, centros de orientação profissional, organizações não governamentais, universidades e outras instituições que oferecem formação.
Itália, Grécia e Reino Unido vão avançar também com experiências piloto.
Este programa conta com um financiamento de cerca de 300 mil euros, através do programa ERASMUS+ da União Europeia, para a educação, formação, juventude e desporto, para 2014-2020.