O Governo português recebeu esta sexta-feira a garantia da Volkswagen de que até 7 de Outubro o grupo vai ter um plano detalhado para a correcção das emissões fraudulentas, onde não há referências ao impacto na produção da Autoeuropa.
O ministro da Economia, Pires de Lima, revelou ter recebido uma carta do novo presidente do grupo Volkswagen com a garantia de "um plano detalhado para a correcção de todas estas ilegalidades até 7 de Outubro e que assumirá obviamente os custos de toda esta fraude".
Em declarações aos jornalistas, o governante sublinhou a necessidade de "separar águas", entre a Volkswagen Autoeuropa e o grupo Volkswagen, realçando que, "mesmo que eventualmente no passado tenham sido produzidos veículos com motores com este `software` fraudulento [em Portugal], não é responsabilidade da gestão da Autoeuropa".
Em Portugal existem 94. 400 veículos a gasóleo do grupo equipados com o software que manipula as emissões poluentes. A SIVA, a representante em Portugal da Audi, Skoda e Volkswagen, avança este número e também a informação de que serão apresentadas, já em Outubro, as soluções técnicas para os automóveis afectados, assim como as medidas a aplicar.
A Seat Portugal, que também pertence ao grupo alemão mas não é representado pela SIVA, decidiu, esta terça-feira, suspender preventivamente a venda dos 50 automóveis que estão em “stock”, equipados com o motor EA189.
A 18 de Setembro, a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um software incorporado no veículo, incorrendo numa multa que pode ir até aos 18 mil milhões de dólares (cerca de 15,9 mil milhões de euros). Dois dias depois, a VW reconheceu ter falseado os dados em 11 milhões de veículos.
O novo administrador do grupo, Matthias Mueller, revelou que os carros equipados com o software que falseava o desempenho dos motores vão ser chamados à oficina. Os clientes vão ser contactados nos “próximos dias”.