Desemprego. CDS diz que descida se deve a reformas do anterior Governo
03-04-2018 - 13:58

O INE confirmou, esta terça-feira, que a taxa de desemprego de janeiro caiu para um mínimo de julho de 2004 e a líder do CDS pede ao Governo que não mexa nas leis laborais, porque os resultados são positivos. Já o Bloco insiste na revisão da legislação.

A líder do CDS-PP considera que a diminuição da taxa de desemprego, que registou um valor mínimo desde julho de 2004, se alcançou com a reforma laboral feita no anterior governo, "pelo que é bom" que o primeiro-ministro a mantenha.

"Tudo o que seja diminuir o desemprego é, certamente, muitíssimo positivo e eu lembro sempre e gosto sempre de relembrar ao primeiro-ministro que isto se alcança com a reforma laboral que foi feita no anterior governo, portanto é bom que a mantenha, está a dar frutos e estamos a recuperar emprego, apesar de estarmos a viver um tempo da austeridade escondida", afirmou Assunção Cristas.

O Instituto Nacional de Estatística confirmou esta terça-feira que a taxa de desemprego de janeiro se fixou nos 7,9%, valor mínimo desde julho de 2004, estimando para fevereiro uma nova descida para os 7,8%.

Um ano antes, em janeiro de 2017, a taxa de desemprego era de 10,1%, segundo o INE.

Em declarações aos jornalistas, no Pinhal de Leiria, concelho da Marinha Grande, Assunção Cristas, adiantou que o CDS-PP "tem sinalizado" várias áreas de "austeridade escondida", como a Saúde ou a Educação.

"Vimos ainda por cima uma austeridade escondida nos impostos indiretos que aumentaram e aumentou a carga fiscal em 2017 para níveis não conhecidos nos últimos 22 anos, mas também ainda esta semana se fala do problema da Cultura, outra área com austeridade escondida", observou a líder centrista.

Nesta área, referiu que o Governo, liderado pelo socialista António Costa, "prometeu muito, onde a expectativa dos agentes culturais era que se pudesse regressar a níveis de empenho e de envolvimento do Estado prévios à crise e prévios à 'troika' e isso não está a acontecer".

"Há um Governo que, de facto, tem uma conjuntura externa muito favorável, tem uma Europa e um mundo a crescer, tem o desemprego a baixar e, no entanto, faz uma austeridade escondida que procura que não apareça, mas ela vai aparecendo", insistiu, pedindo ao Executivo, "de uma forma clara, transparente e honesta", diga "afinal onde é que está a buscar o dinheiro no bolso dos portugueses e afinal onde é que o está a aplicar".

Bloco quer “empregos com direitos”

Já o Bloco de Esquerda (BE) defendeu esta terça-feira a revisão da legislação laboral para criar "empregos e empregos com direitos", a propósito da notícia da taxa de desemprego ter atingido o valor mais baixo desde 2004.

"Este é o momento para uma alteração à legislação laboral, para criar emprego e emprego com direitos", afirmou aos jornalistas a coordenadora do BE, Catarina Martins, à margem de uma visita à Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Amadora (CERCIAma), na cidade da Amadora.

Catarina Martins afirmou que os bloquistas preferem falar "mais do emprego criado do que em taxas de desemprego", dado que "a emigração, os inativos, a formação [profissional] podem fazer variações" o valor desta taxa.

"Para nós, o que interessa é o emprego", disse ainda.

A coordenadora e deputada bloquista lembrou que "desde o início da legislatura [em 2015], foram criados 300 mil postos de trabalho, o que é um número bom", mas o problema "é a qualidade desse emprego".

O país, afirmou, "começa a resolver o problema do desemprego", mas a qualidade de emprego "deixa muito a desejar".

Daí justificar-se, segundo afirmou, a proposta do Bloco para uma revisão da lei laboral, de forma a criar "emprego com mais direitos".