Esta manhã, na Praça de São Pedro, o Papa fez mais um apelo aos responsáveis para porem fim à violência na Ucrânia. No final da audiência geral, Francisco solidarizou-se com as populações mais afetadas pelos bombardeamentos.
“Nestes dias, o meu coração está sempre virado para o povo ucraniano, especialmente para os habitantes das localidades sobre as quais se concentram os bombardeamentos”, disse no final do resumo da catequese, em várias línguas.
“Trago dentro de mim a sua dor e, por intercessão da Santa Mãe de Deus, apresento-os ao Senhor, na oração”, acrescentou.
O Papa implorou a Deus “para que possa transformar o coração de todos os que detêm as sortes da guerra, para que parem a violência e se possa reconstruir uma convivência pacífica na justiça".
A máxima liberdade pode atrofiar o desejo
O tema da catequese desta quarta-feira foi dedicado ao “desejo” que, na sua raiz, “é uma nostalgia de plenitude que nunca encontra completa realização, e é o sinal da presença de Deus em nós”.
Francisco explicou que o desejo “não é a vontade do momento” mas sim “a bússola para compreender onde estou e para onde vou”.
Muitas vezes, é precisamente o desejo que faz a diferença entre um projeto de sucesso, coerente e duradouro, e os milhares de veleidades e tantos bons propósitos em que nos enredamos.
“A época em que vivemos parece favorecer a máxima liberdade de escolha, mas ao mesmo tempo atrofia o desejo, reduzido principalmente à vontade do momento. Somos bombardeados por mil propostas, projetos e possibilidades, que correm o risco de nos distrair e de não nos permitir avaliar com calma o que realmente queremos”, explica o Papa.
Face à insegurança de muitos, sobre o que querem da própria vida, Francisco alerta para “o risco de se passar a existência entre tentativas e expedientes de vários tipos, sem nunca chegar a lado algum, desperdiçando oportunidades preciosas”.
E porque muitas pessoas sofrem, sem saberem o que querem da vida e ficam-se pelas boas intenções, Francisco concluiu a sua catequese sobre o desejo com uma pergunta baseada num episódio evangélico: “Se hoje o Senhor nos dirigisse a pergunta que fez ao cego de Jericó: «Que queres que te faça?» (Mc 10, 51), como responderíamos? Talvez finalmente pudéssemos pedir-lhe que nos ajude a conhecer o profundo desejo d’Ele que o próprio Deus colocou no nosso coração. E conceder-nos a força para o realizar”.
Durante a catequese aos peregrinos de língua alemã, Francisco não esqueceu Fátima.
“Que a Virgem Maria, cujas aparições em Fátima lembraremos amanhã (13 outubro), seja nosso guia no caminho da conversão contínua e penitência para encontrar Cristo, o sol da justiça. Que sua luz suave nos liberte de todo o mal e dissipe a escuridão deste mundo atormentado por guerras”, disse.