O primeiro-ministro, António Costa, reiterou desconhecer o relatório noticiado pelo “Expresso” sobre o furto de armas em Tancos, sublinhando que o documento não pertence a "nenhum organismo oficial" do Estado.
"Não sei a que documento se refere o jornal. Sei que não é de nenhum organismo oficial do Estado português", disse António Costa, em declarações à RTP em Almancil, no concelho de Loulé, à margem de uma iniciativa de apoio aos candidatos locais nas autárquicas de Outubro.
O semanário Expresso divulgou um relatório, que atribuiu aos serviços de informações militares, com cenários "muito prováveis" de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à actuação do ministro da Defesa Nacional, na sequência do caso conhecido em 29 de Junho.
António Costa sublinhou que o Estado-Maior-General das Forças Armadas já "desmentiu a autenticidade desse documento", tal como o secretário-geral dos Serviços de Informações.
Para o líder do executivo do PS, sai fragilizada a "credibilidade da informação" e dos que "comentam notícias sem verificar a veracidade dos documentos", aludindo ao presidente do PSD, Pedro Passos Coelho.
"Acho absolutamente lamentável que [Passos Coelho] tenha feito comentários com base numa notícia sem primeiro sequer confirmar se esse documento era autêntico", sublinhou António Costa.
E concretizou: "Receio muito que estejamos a falar sobre algo fabricado e não sobre um documento autêntico. Um documento autêntico já sabemos que não é".
António Costa, líder do PS e primeiro-ministro, falou durante breves minutos em directo para a RTP no arranque de um jantar-comício em Almancil que junta centenas de militantes socialistas do Algarve.
Este sábado as Forças Armadas desmentiram a notícia do “Expresso” e negaram que haja qualquer relatório dos serviços de informação militares sobre Tancos.
Em comunicado enviado à Renascença, o porta-voz das Forças Armadas, o Tenente-Coronel Hélder Perdigão, garante que o Centro de Informações e Segurança Militar não produziu relatório.
Entretanto, o Expresso reafirmou que o relatório existe e que em momento algum atribui ou atribuiu o documento a que teve acesso ao Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL), mas sim a serviços de informações militares.
O documento, de 63 páginas e que o Expresso tem na sua posse, foi elaborado, tal como se escreveu, para conhecimento da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária e do Serviço de Informações de Segurança (SIS).
O semanário acrescentou que o documento contém informação de cariz militar e também ao nível da segurança interna. As fontes humanas citadas pelo relatório são militares no ativo e também na reserva.
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