O Estado português não está esclarecido nem convencido. João Gomes Cravinho reagia assim, no Brasil, à audiência do embaixador russo em Portugal que, em Lisboa, respondeu às dúvidas portuguesas sobre a morte de Alexei Navalny, o principal opositor de Vladimir Putin, que morreu na sexta-feira passada numa prisão da Sibéria.
"Já teve lugar esta manhã e o embaixador não foi capaz de nos fornecer os esclarecimentos que havíamos pedido", afirmou João Gomes Cravinho, à margem do primeiro dia de reunião dos chefes da diplomacia do G20, na cidade brasileira do Rio de Janeiro.
"Infelizmente, a resposta do lado russo foi uma resposta perfeitamente insuficiente", considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Na segunda-feira, o embaixador Mikhail L. Kamynin foi convocado para uma reunião ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). "O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o Embaixador da Federação Russa em Lisboa para prestar esclarecimentos no seguimento da morte de Alexei Navalny, um dos principais opositores políticos do regime de Vladimir Putin", esclareceu o gabinete do ministro João Gomes Cravinho, em comunicado enviado à Renascença.
Na sexta-feira passada, Gomes Cravinho comparou a morte de Navalny à do general Humberto Delgado, durante o Estado Novo. "Não temos dúvidas nenhumas que Navalny morre porque o regime que Putin criou levou à sua morte, da mesma maneira que Humberto Delgado morre por causa do regime liderado por Salazar em Portugal", declarou.