As medidas financeiras para enfrentar as consequências económicas da pandemia vão ter um impacto superior à previsão do Governo. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima um valor 13,35% do PIB.
São cerca de 28,3 mil milhões de euros, mais 1,5 pontos percentuais do que o considerado pelo Governo.
Na análise ao programa de estabilidade, a unidade que dá apoio aos deputados alerta ainda para os riscos na transparência da informação sobre política orçamental e nas consequências que uma intervenção na TAP pode ter.
“A UTAO deixa um pedido ao Ministério das Finanças em nome da transparência e da boa gestão das finanças públicas. Já o canalizou pelos canais técnicos apropriados. Apela-se a uma inovação no registo contabilístico que promova a segregação do relato financeiro das medidas Covid-19 no seio das contas de cada subsector e da conta consolidada das Administrações Públicas”, pode ler-se no documento.
O Governo apresentou o Programa de Estabilidade na quinta-feira fora do prazo habitual (abril) e sem previsões macroeconómicas (que serão apresentadas até final de junho, segundo o Governo), devido à pandemia.
O documento inclui uma quantificação das medidas governamentais adotadas na sequência das consequências económicas da pandemia.
Segundo a UTAO, "17 em 18 Programas de Estabilidade divulgados apresentam projeções macroeconómicas para os anos 2020 e 2021, prolongando-se em alguns casos até 2023".