Os sete membros dos No Name Boys detidos pela Polícia de Segurança Pública (PSP) no âmbito da "Operação Sem Rosto" podem estar ligados a atos de vandalismo registados em residências do treinador e futebolistas do Benfica, admitiu, esta quinta-feira, o comissário Bruno Pereira.
Questionado em conferência de imprensa sobre se entre os suspeitos detidos poderiam estar os responsáveis pelos insultos inscritos nas paredes das casas de Bruno Lage, Pizzi e Rafa, pelo menos, o agente da força policial responsável pela investigação assumiu que pode “haver uma relação direta ou, pelo menos, da mesma natureza com esses factos”.
“Não consigo concretizar que haja uma relação direta entre os arguidos detidos com essa situação, mas esses factos estão sob investigação e existe a possibilidade de, entre os suspeitos detidos hoje e os que possam vir a ser identificados, haver uma relação direta ou pelo menos da mesma natureza”, disse o comissário.
As ações de detenção resultaram de uma operação que visou vários crimes relacionados com a claque não oficial do Benfica, tendo sido detidas seis pessoas por factos diretamente ligados à investigação, enquanto outra foi detida de forma “colateral” à investigação, na noite de quarta-feira.
Os seis detidos relacionados com a investigação têm idades compreendidas entre os 22 e os 33 anos e serão presentes na sexta-feira ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, onde irão responder por um crime de homicídio na forma tentada, dois crimes de roubo, vários crimes de agressão e situações de dano e furto.
A pessoa detida colateralmente na noite de quarta-feira foi notificada para comparecer hoje no Tribunal da Amadora, para responder por posse de arma de fogo proibida e substâncias estupefacientes.
Todas as buscas foram realizadas na Área Metropolitana de Lisboa, nos concelhos de Lisboa, Amadora, Loures e Vila Franca de Xira.
Da operação “espera-se que resulte efeito dissuasor” para quem possa ter “potencial para realizar este tipo de atos”, referiu o comissário.
Os No Name Boys são um grupo organizado de adeptos com ligação ao Benfica, mas não reconhecido de forma oficial pelo clube da Luz, enquanto a Juventude Leonina é uma claque oficial do Sporting, à qual foi retirado o apoio, esta época, pela direção do clube de Alvalade.
Em maio, um homem alegadamente pertencente à Juventude Leonina foi agredido por um grupo de mais de 30 indivíduos com camisolas dos No Name Boys.
Já este mês, após o empate 0-0 do Benfica com o Tondela, no Estádio da Luz, o autocarro que transportava dos jogadores ‘encarnados’ de volta ao centro de estágio, no Seixal, foi apedrejado na A2, causando ferimentos em Julian Weigl e Zivkovic.
Na mesma noite, as residências do treinador Bruno Lage e do ‘capitão’ de equipa Pizzi foram vandalizadas com frases intimidatórias inscritas em spray nas paredes exteriores.
Ambos os atos terão sido cometidos, alegadamente, por elementos de uma fação radical dos No Name Boys.