O governador do Banco de Espanha considera que a economia, depois de uma recessão sem precedentes, atravessa uma recuperação gradual, embora incompleta e desigual, e defende "urgentemente" um programa de reformas que enfrente os desafios estruturais.
Num artigo publicado no site oficial do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cos explica que, ainda que a economia tenha entrado numa fase de reativação gradual, minimizar os riscos de novos surtos está a exigir a manutenção de medidas que condicionam a atividade de uma forma desigual.
Além disso, a incerteza mantém-se elevada, o que afeta negativamente o consumo e o investimento.
Como resultado, o nível de atividade continua significativamente inferior ao observado antes da crise, adiantando que em breve pode começar a registar-se "alguns danos persistentes no tecido produtivo e a observar-se mudanças estruturais geradas pela pandemia", adverte.
Neste cenário, a política económica deve combinar os objetivos, que são apoiar a recuperação - o que aconselha evitar a retirada prematura das medidas de apoio - e facilitar o ajustar da economia ao cenário que emerge da pandemia.
Sobre a política monetária, sublinha que o Banco Central Europeu (BCE) reiterou o compromisso de fazer o que seja necessário para apoiar a economia e está preparado para ajustar os instrumentos se for necessário.
No que respeita ao acordo do Conselho Europeu para criar um fundo de recuperação, considerou satisfatório.
Espanha regista 28.455 óbitos e mais de 288 mil infeções pelo novo coronavírus. Há ainda a assinalar que cerca de 150 mil pacientes recuperaram da doença.