Governo desconhece detalhes do caso “máfia do sangue” e remete para as autoridades
13-12-2016 - 14:20

Questionado esta terça-feira sobre o caso, o ministro da Saúde, Campos Fernandes, deixou a garantia de que o caso é anterior à sua entrada em funções.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, diz desconhecer os contornos da investigação à chamada “máfia do sangue” e que terá levado à detenção de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM.

“Não conheço o processo; de acordo com aquilo que foi noticiado pela PGR abarca factos ocorridos entre 1999 e 2015, estará naturalmente em segredo de justiça e portanto são questões que terão de ser colocadas às autoridades que investigam e nós acompanharemos”, afirmou.

Lembrando que se trata de uma investigação de âmbito multinacional, que envolve um período de tempo "muito alargado", Adalberto Campos Fernandes sublinhou que ao Ministério da Saúde e ao Governo cumpre apenas dizer que "a acção da justiça é útil" e "serve o interesse público".

"Naturalmente que há toda uma tramitação que está a correr, mas o que mais importa é que todos nós temos que nos habituar a esta ideia simples de que as instituições públicas têm que ser transparentes e que o dinheiro público deve ser utilizado para os fins que são convenientes e apropriados", reiterou o governante,

Questionado esta terça-feira sobre o caso, Campos Fernandes deixou ainda a garantia de que o caso é anterior à sua entrada em funções no Ministério da Saúde.

“Em tudo o que o Ministério actual, que tem um ano de Governo - e creio que os Ministérios que o antecederam - identificam como situações susceptíveis de dúvidas, fazem sempre a mesma coisa, que é fazer com que as autoridades que têm obrigação de investigar investiguem”, declarou o ministro.

Falando de uma forma geral, o ministro da Saúde aplaudiu a actuação das autoridades, sublinhando que os recursos públicos devem ser usados no interesse dos cidadãos, mas escusou-se a comentar situações concretas.

"O Ministério da Saúde, e o Governo, vê como muito positivo que o Estado de Direito funcione e que as instituições judiciais e as autoridades policiais actuem", afirmou, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de encerramento da quarta edição do “think tank” Inovar Saúde - Cancro 2020.