O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, diz desconhecer os contornos da investigação à chamada “máfia do sangue” e que terá levado à detenção de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM.
“Não conheço o processo; de acordo com aquilo que foi noticiado pela PGR abarca factos ocorridos entre 1999 e 2015, estará naturalmente em segredo de justiça e portanto são questões que terão de ser colocadas às autoridades que investigam e nós acompanharemos”, afirmou.
Lembrando que se trata de uma investigação de âmbito multinacional, que envolve um período de tempo "muito alargado", Adalberto Campos Fernandes sublinhou que ao Ministério da Saúde e ao Governo cumpre apenas dizer que "a acção da justiça é útil" e "serve o interesse público".
"Naturalmente que há toda uma tramitação que está a correr, mas o que mais importa é que todos nós temos que nos habituar a esta ideia simples de que as instituições públicas têm que ser transparentes e que o dinheiro público deve ser utilizado para os fins que são convenientes e apropriados", reiterou o governante,
Questionado esta terça-feira sobre o caso, Campos Fernandes deixou ainda a garantia de que o caso é anterior à sua entrada em funções no Ministério da Saúde.
“Em tudo o que o Ministério actual, que tem um ano de Governo - e creio que os Ministérios que o antecederam - identificam como situações susceptíveis de dúvidas, fazem sempre a mesma coisa, que é fazer com que as autoridades que têm obrigação de investigar investiguem”, declarou o ministro.
"O Ministério da Saúde, e o Governo, vê como muito positivo que o Estado de Direito funcione e que as instituições judiciais e as autoridades policiais actuem", afirmou, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de encerramento da quarta edição do “think tank” Inovar Saúde - Cancro 2020.