Várias explosões abalaram esta sábado Kiev e outras cidades da Ucrânia. Pelo menos nove pessoas morreram em Dnipro, no sudeste do país, quando um míssil russo atingiu um bloco de apartamentos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, publicou uma mensagem a lamentar a perda de vidas em Dnipro às mãos do que apelidou de "terror russo".
"O mundo tem que travar o mal. A remoção de escombros continua em Dnipro. Todos os serviços estão a funcionar. Estamos a lutar por cada pessoa. Vamos encontrar todos os envolvidos no terrorismo. Todos vão ser responsabilizados", escreveu Zelensky na rede social Twitter, numa publicação acompanhada por um vídeo da destruição em Dnipro.
Inicialmente, o chefe adjunto do gabinete presidencial da Ucrânia, Kyrylo Tymoshenko, disse, no Telegram, que o alvo do ataque russo eram infraestruturas críticas de Kiev.
A administração militar da cidade indicou que uma parte não identificada de uma infraestrutura foi atingida e que os serviços de emergência já estavam no local do ataque.
O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que foram ouvidas explosões no distrito de Dniprovskyi e apelou aos residentes para "permanecerem em abrigos".
O responsável local disse ainda que caíram fragmentos de um míssil sobre uma área não residencial na zona de Holosiivskyi.
Até cerca das 11h30 locais (menos duas horas em Lisboa), não havia conhecimento de mortos ou feridos, e ainda não era claro se várias instalações em Kiev foram alvo de ataques ou apenas a que foi reportada como tendo sido atingida.
Desde a noite de ano novo que a capital ucraniana não era atacada com mísseis.
Na região periférica de Kiev, um edifício residencial na aldeia de Kopyliv foi atingido e as janelas das casas próximas rebentaram, disse Tymoshenko.
Ao início do dia de hoje, dois mísseis russos atingiram Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, informou o governador daquela região.
Oleh Syniehubov disse que as forças russas dispararam dois mísseis S-300 contra a região industrial de Kharkiv. A extensão dos danos do ataque não era imediatamente clara, mas não foram relatadas quaisquer baixas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
[notícia atualizada às 23h40]