Esquecem dores antigas e sorriem encantados quando sobem escadas de mão dada com um neto. Deixam medicamentos na farmácia, porque é preciso ajudar nas despesas de casa de um filho. Procuram férias em que todos possam estar juntos, sejam filhos, netos, amigos ou namoradas. Tiram fotografias felizes, quando uma neta termina o seu curso. São avós.
Sabem os nomes de tantos que já partiram, contam histórias únicas, entendem o presente, porque viveram o passado. Possuem as memórias de cada família, partilham receitas antigas e dão lições de sabedoria. São avós.
Uma condição única, um ser Pai e Mãe de novo, mas de uma forma diferente. A generosidade, a gratuidade, o espírito de sacrifício, são marcas distintivas desta condição de Avós, que desconhece geografias e condições sociais.
Celebrar o dia dos Avós é celebrar toda esta riqueza e diversidade de vidas, que são passado, presente e construção de futuro.
Mas celebrar o dia dos Avós é também sermos capazes de nos questionarmos sobre a qualidade de vida nos lares de idosos, sobre o abandono dos mais velhos nos hospitais, sobre a violência doméstica que continua a marcar os dias de tantos avós.
Porque só quando somos capazes de questionar o que está errado na sociedade em que vivemos, é que poderemos verdadeiramente celebrar o bom e o belo, que não deixa de acontecer à nossa volta.