As urgências de ginecologia e obstetrícia de Braga reabriram esta manhã, após terem estado encerradas 24 horas, desde as 8h00 de domingo até às 8h00 desta segunda-feira.
Apesar da reabertura, o Sindicato Independente dos Médicos alerta que as urgências podem voltar a encerrar nos próximos dias. Segundo Hugo Cadavez, as escalas não estão completas e as urgências estão a funcionar com equipas deficitárias.
“Temos a informação de que durante esta semana, há vários dias em que a escala está muito abaixo daquilo que é o mínimo de cinco elementos necessários para esta urgência funcionar”, alerta.
De acordo com o sindicalista, não se trata de um problema pontual. “É um problema que se vai repetir ao longo dos próximos meses, e se nada for feito, é um problema que irá persistir”, insiste.
Por isso, apela a que sejam divulgados os dias de encerramento, defendendo que o problema “não se pode ocultar, não se deve ocultar. As utentes devem estar informadas de quais são os dias em que esta urgência poderá encerrar”.
Ainda esta manhã, a Ministra da Saúde vai reunir-se com a Comissão de Acompanhamento criada pelo Governo para dar resposta à crise nas urgências de obstetrícia, um organismo liderado por Diogo Ayres de Campos que também se vai reunir com as administrações regionais de saúde após mais um fim de semana marcado por constrangimentos em vários hospitais.
Ayres de Campos, diretor do serviço de obstetrícia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e presidente da Associação Europeia de Medicina Perinatal, considerou que deve existir uma maior coordenação entre hospitais quando um bloco de partos ou uma urgência encerra para que não aconteça em simultâneo e de forma desorganizada, como tem sucedido nos últimos dias.
Nos últimos dias, vários serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos de vários pontos do país tiveram de encerrar por determinados períodos ou funcionaram com limitações, devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.