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Os menores que foram, alegadamente, vítimas de tráfico de seres humanos numa academia de futebol de Riba d'Ave, no concelho de Vila Nova de Famalicão, passaram a noite em centros de acolhimento no norte do país e serão entregues às respetivas famílias nos seus países de origem, na América do Sul, na África e na Ásia, avança a RTP.
De acordo com a estação pública, são 114 os jovens resgatados da Bsports Academy pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que regressarão, agora, aos países de origem. Ação que se segue às buscas realizadas em casa do presidente da Assembleia-Geral (AG) da Liga de clubes, Mário Costa, por suspeitas de envolvimento do dirigente, já constituído arguido, em negócios à margem da lei com jovens jogadores de futebol oriundos do Extremo Oriente e da América do Sul.
Segundo o jornal "Expresso", os jovens pagam 500 euros por mês para estar em Portugal. Alguns assinam contratos com clubes pequenos da região, mas acabam por não receber dinheiro e ficam, simultaneamente, impedidos de sair do país, por não terem os passaportes com eles. Mário Costa estaria a tentar atrair investidores para este modelo de negócio.
Em comunicado à imprensa, o SEF confirmou a operação e as buscas no Grande Porto, mas não adiantou qualquer outro tipo de informação, indicando que "o processo se encontra em segredo de justiça".
Em nota enviada às redações, na terça-feira, Mário Costa afirmou confiar que será confirmado que não praticou “nenhum ilícito criminal”.
“Aguardo serenamente o desenrolar das investigações certo e confiante de que se apurará a verdade dos factos que revelará que nenhum ilícito criminal foi praticado”, sublinhou o presidente da AG da Liga.
Em nota no site oficial, a Liga Portugal mostrou-se "surpreendida pelas notícias", mas sublinhou que "os factos relatados em nada estão relacionados com o cargo exercido pelo Dr. Mário Costa" no organismo.
A Liga disse ainda estar a "acompanhar as diligências, aguardando por mais dados" e respeitando o princípio de presunção de inocência.
Ainda no domingo, em entrevista à Renascença e à agência Ecclesia, a presidente da Confederação Nacional de Ação sobre o Trabalho Infantil (CNASTI), Fátima Pinto, denunciava que "praticamente todos os principais clubes" deixam jovens futebolistas ao abandono.