O ano passado marca a retoma dos pagamentos a retalho, interrompidos com o período de maior incidência da Covid-19, em 2020, indica o Banco de Portugal num documento publicado nesta quarta-feira.
“No último ano, os portugueses efetuaram 3,1 mil milhões de pagamentos de retalho, no valor de 564,3 mil milhões de euros, atingindo novos máximos históricos”, indica o regulador.
“Estes números correspondem, respetivamente, a crescimentos anuais de 13,7% e 12,5% face a 2020 e de 3,3% e 7,9% face a 2019”, acrescenta.
Preferência pelo cartão
Segundo mesmo comunicado, a pandemia veio destacar a preferência dos portugueses por instrumentos de pagamento eletrónicos e com maior recurso à tecnologia “contactless”.
“Em 2021, os portugueses fizeram mais 81 milhões de pagamentos com cartão do que em 2019, no valor de 12 mil milhões de euros (+3,1% e 8,8%, respetivamente)”, indica o comunicado do banco central.
São mais 108 milhões de operações com cartão do que em 2019, sendo que “o montante aumentou de forma ainda mais expressiva: 14,9% ou 65,4 mil milhões de euros”.
As transferências também aumentaram e foram “o único instrumento de pagamento com uma evolução positiva em plena pandemia”, lê-se.
Pelo contrário, “os levantamentos de numerário ficaram 9,2% aquém dos valores registados em 2019 (menos 2,8 mil milhões de euros)”, sendo que os levantamentos efetuados foram de “valor unitário superior”.
“Contactless” acima de tudo
Se, em finais de 2019, menos de 10% dos pagamentos por cartão eram feitos com recurso à tecnologia “contactless”, em abril de 2020, logo no início da pandemia, essa passou a ser utilizada em cerca de 20% das compras.
E a tendência de utilização tem vindo a crescer, “reflexo da familiarização com esta tecnologia, da sua maior disponibilização e do alargamento do limite máximo ‘contactless’ para 50 euros”.
Por isso, “em dezembro de 2021, as compras ‘contactless’ representavam 40% dos pagamentos realizados com cartões nacionais e estrangeiros nos pontos de venda físicos em Portugal”, refere o Banco de Portugal.