O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, anuncia a nova temporada para 2022. Nos próximos meses, quem passar por Belém pode admirar projetos de Didier Fiúza Faustino e Nuno Cera, assim como os trabalhos dos finalistas da 14ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP.
A programação, que terá início em setembro deste ano, “desenvolve-se sob o signo da arquitetura, do urbanismo, do design e da memória da industrialização”, revela o MAAT, em comunicado.
De 30 de setembro a 5 de dezembro, a mostra “Retroactivar”, em parceria com a Trienal de Arquitetura de Lisboa, promove “a ligação aos problemas da disciplina nas suas implicações concretas na vida das cidades e das populações”, avança o Museu.
Com curadoria de Loreta Castro Reguera e José Pablo Ambrosi, 'Retroactivar’ “explora ferramentas de sutura capazes de reconciliar as necessidades de comunidades que precisam urgentemente de soluções arquitetónicas para resgatar o seu sentido de pertença e dignidade espacial”.
O objetivo da exposição é “despertar o interesse pelo potencial de intervenção nestes territórios quebrados e marginalizados”, apresentando casos “desenvolvidos em várias cidades do globo, através de sete iniciativas públicas e dez estúdios de arquitetura que trabalham estas questões”.
Outro destaque vai para a parceria com o instituto brasileiro Itaú Cultural, que resulta na exposição “Arte Cibernética. Obras de Coleção Itaú Cultural”, patente no museu a partir de 30 de setembro, até 12 de dezembro.
Esta mostra será o pontapé de partida para “um longo ciclo dedicado ao Brasil, neste ano em que se comemora o bicentenário da sua independência”.
O Instituto Itaú Cultural, criado em 1987, tem como foco de atuação “a relação entre a tecnologia, cultura e arte”, justificando assim a formação de “uma coleção que reunisse obras que têm especificamente origem na confluência da arte e da tecnologia”, recorda o MAAT.
“As itinerâncias da Coleção de Arte e Tecnologia do Itaú Cultural têm por objetivo divulgar esta forma de expressão artística para diversos públicos. Para além da difusão, o projeto tem com objetivo fomentar a produção de arte tecnológica através da exibição de obras unanimemente consideradas como primordiais”, explica o museu.
“Arte Cibernética. Obras da Coleção da Itaú Cultural” apresenta as obras de LAb[au], Raquel Kogan, John McCormack, Regina Silveira, Christa Sommerer e Lauren Mignonneau, Miguel Chevalier, Rejane Cantoni e Danuela Kutschat, Gilberto Prado, Edmond Couchot e Michel Bret.
O 6.º aniversário do MAAT, celebrado a 5 de outubro, simboliza também o primeiro dia da exposição “EXIST/RESIST”, de Didier Fiúza Faustino. A exposição monográfica “desenvolve temas e disciplinas onde arquitetura, cidade e design são tratados a partir da dimensão utópica da arte como campo de intervenção e consciência política”.
Até 6 de março de 2023, o público pode ver aquela que é a “primeira exposição institucional que analisa quase 30 anos de prática de Didier Fiúza Faustino (n.1968), o experimentalista franco-português cujo trabalho tem provocado e transgredido de forma sistemática as demarcações formais e conceptuais entre arquitetura, design e arte”, avança o museu.
“EXIST/RESIST”, com curadoria de Pelin Tan, “reúne pela primeira vez uma vasta seleção de obras, materiais preparatórios e protótipos - desenhos, fotos, modelos, instalações em larga escala, filmes e objetos, girando em torno de quatro vertentes centrais de pesquisa que se repetem na obra de Faustino: Habitação e Alojamento, Fronteiras de Corpos, Design como Resistência, Agonismo e Antagonismo no Espaço Público”.
Em simultâneo com exposição de Didier Fiúza Faustino, serão expostos os trabalhos dos finalistas da 14ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP: Adriana Proganó, Andreia Santana, Bruno Zhu, Maria Trabulo, René Tavares e Rita Ferreira. Será possível conhecer as obras a partir de 5 de outubro deste ano até 6 de fevereiro de 2023.
Para terminar a temporada de 2022 do MAAT, o fotógrafo Nuno Cera terá o seu trabalho “Luzes Distantes” exposto, entre 9 de novembro e 23 de janeiro de 2023.
Nuno Cera, em parceria com o Centro de Arte de Sines, apresenta uma série de fotografias e uma instalação de vídeo. “As transições energética e digital que nos últimos anos marcaram o território de Sines, as suas infraestruturas e, consequentemente, a sua população” foram os motivos que inspiraram o videoartista para “uma pesquisa retrospetiva a olhar para o futuro”.