“Eu adoraria jogar pelo Barcelona. Foi sempre a minha primeira escolha e adoraria que fosse o meu próximo clube. Foi sempre o meu sonho desde que era criança. Se acontecer, será um sonho tornado realidade para mim”.
Estas palavras, proferidas por João Félix perante o conhecido jornalista Fabrizio Romano, podem ter posto termo ao sonho de Rui Costa de trazer para o Benfica um dos mais renomados jogadores da era actual que, nas suas declarações nem por uma vez cita o clube encarnado que o formou, e que há não muito tempo transferiu para o Atlético de Madrid pela fabulosa quantia de 126 milhões de euros.
Como se sabe, a vida de João Félix ao serviço dos colchoneros madrilenos não tem sido nada fácil.
Desde logo, porque o técnico Simeone nunca o colocou a jogar no lugar que parece mais adequado às suas características, acumulando más relações entre os dois, até ao ponto de a situação actual se ter tornado insustentável e, sem visível retorno.
A experiência de Félix ao serviço do Chelsea, clube a que foi cedido, por empréstimo, na temporada passada, também não resultou, o que levou o clube londrino a não pretender prolongar o vínculo.
Apenas ao serviço da selecção portuguesa as atuações de João Félix atingiram algum brilho, o que, no entanto, de nada serviu para dar algum ânimo à cobiça de outros clubes europeus, que até agora mantiveram o mais evidente silêncio.
Nos últimos dias, as atenções tinham-se virado para o Benfica e para as palavras de esperança trazidas a público pelo seu Presidente. Chegou, inclusive, a falar-se de números, que não pareciam inacessíveis para as actuais possibilidades financeiras do campeão nacional.
Com as suas declarações de ontem à noite, que o Atlético de Madrid já repudiou de forma contundente, agravaram-se ainda mais as relações entre o clube e o jogador, o que coloca Félix num beco de difícil saída, ainda que conte com a confortável almofada do empresário Jorge Mendes.
Deste modo, a realidade parece ter destruído, de forma definitiva, o sonho da imensa família benfiquista.