O líder do Livre sublinhou na tarde desta quinta-feira que a liberdade de imprensa também tem de ser respeitada dentro das universidades.
A posição foi defendida numa conferência de imprensa num hotel em Lisboa, antes de Rui Tavares participar no ciclo Conversas Parlamentares na Universidade Católica Portuguesa. Foi exatamente durante uma destas conferências que, na última terça-feira, um jornalista do Expresso terá sido agredido e retirado à força da sala onde falava o líder do Chega, André Ventura.
O também historiador recordou que o “exercício da prática jornalística é legalmente protegido” e que “todas as universidades, incluindo a deste caso em apreço, têm de respeitar os valores constitucionais”.
Sobre as regras de acesso ao evento – que não estava aberto à comunicação social –, o deputado único do Livre reforçou que têm sempre de ser “aplicadas com necessidade e proporcionalidade” e num espírito de “cooperação e cordialidade que não suba a temperatura do debate político em Portugal”.
Rui Tavares explicou que decidiu gravar toda a sua intervenção, com meios próprios do partido – uma forma de salvaguardar a liberdade de imprensa, na perspetiva do deputado.
“A reitoria, de acordo com uma leitura dos estatutos da Universidade Católica, determinou que não poderia haver jornalistas presentes no auditório e agora alargou até para todo o campus. Aquilo que contrapropusemos foi que a minha intervenção nessa conversa com estudantes seja gravada e que seja disponibilizada aos jornalistas. Conseguimos equilibrar o direito à informação e o compromisso com os estudantes”, esclareceu.
Noutro plano, o deputado advertiu ainda que existe um “discurso de polarização que está cada vez mais a afetar a política portuguesa” – e que a alternativa de “não o alimentar, de não o fomentar” é da responsabilidade da classe política, mas também de “todos os cidadãos”.
Na última terça-feira, um jornalista do jornal Expresso alegou ter sido agredido numa conferência onde participava o líder do Chega na Universidade Católica, em Lisboa. O partido já descartou qualquer responsabilidade e a instituição de ensino disse repudiar “qualquer tentativa de limitação do direito à informação e a intimidação de jornalistas”. Entretanto, o jornalista em questão já apresentou queixa por agressão.