A ONU denunciou esta quinta-feira que a junta militar de Myanmar (antiga Birmânia) está a impedir o envio de ajuda humanitária internacional para as zonas atingidas pela passagem no domingo do ciclone Mocha, que poderá ter deixado centenas de mortos.
A falta de acesso, denunciada também pela oposição aos militares, entre outros, torna difícil saber com precisão a situação no terreno e o número de vítimas mortais, que as autoridades disseram ser de pelo menos 60.
Uma das áreas de maior preocupação é o estado de Rakhine (oeste), uma região onde centenas de milhares de membros da minoria muçulmana rohingya - não reconhecida pelas autoridades e perseguida pelo exército - vivem há anos em precários campos de refugiados.
"O acesso sem restrições às comunidades afetadas é necessário para fornecer assistência humanitária imediata que salve vidas. A restrição da junta militar às viagens e acesso às áreas afetadas é um ato bárbaro", disse nas redes sociais o autoproclamado Governo de Unidade Nacional, oposição ao regime que tomou o poder por meio de um golpe em fevereiro de 2021.