Manuel Maria Carrilho foi absolvido do crime de violência contra Bárbara Guimarães durante o período em que estiveram casados. O antigo ministro da Cultura foi condenado apenas por difamação.
A decisão foi proferida pela juíza Joana Ferrer, que a defesa de Bárbara Guimarães tentou afastar durante o processo por suspeitar da parcialidade da magistrada.
A juíza considera que a violência doméstica não ficou provada, sublinhando que as alegadas agressões não ficaram documentadas porque a apresentadora de televisão não foi ao hospital.
"Bárbara Guimarães é uma mulher destemida e dona da sua vontade, pelo que não é plausível que na sequência das agressões tenha continuado com o marido em vez de se proteger a si e aos filhos", argumenta a magistrada, citada pelo "Diário de Notícias". Joana Ferrer diz ainda que a apresentadora deveria ter seguido o procedimento recomendado a vítimas de violência doméstica.
Por um crime de difamação, a juíza condenou Manuel Maria Carrilho a 150 dias de multa, num total de 900 euros, e ainda ao pagamento de uma indemnização de três mil euros por danos não patrimoniais à apresentadora de televisão.
"Fez-se justiça", diz Carrilho
Em declarações aos jornalistas no final da audiência, no Campus da Justiça, em Lisboa, o antigo ministro considerou que "se fez justiça" ao ser absolvido do crime de violência doméstica contra a ex-mulher Bárbara Guimarães.
Carrilho entendeu que com esta decisão tinha terminado "um calvário de quatro anos" e manifestou-se "muito feliz" com a absolvição, acrescentando que, de momento, a única coisa que lhe apetecia era ir ter com os filhos.
O antigo ministro prometeu que falará com os jornalistas mais tarde sobre este processo, quando estiver mais tranquilo.
O ex-ministro Manuel Maria Carrilho conheceu esta sexta-feira, na Instância Local criminal de Lisboa, a sentença no julgamento em que é acusado de violência doméstica contra a sua ex-mulher Bárbara Guimarães.
Nas alegações finais o Ministério Público tinha pedido três anos e quatro meses de prisão, com pena suspensa para Carrilho, tendo a procuradora considerado haver ainda perigo de continuação da actividade criminosa por parte do arguido, pelo que, pediu ao tribunal a aplicação de uma pena acessória de proibição de contactos com a vítima pelo mesmo tempo da pena proposta.
Em contrapartida, o advogado de Bárbara Guimarães, que é assistente no processo, pediu uma pena efectiva de prisão de três anos e 10 meses para Carrilho, considerando que, no julgamento, ficou provado o crime de violência doméstica e vários de difamação.
O advogado do professor de filosofia pediu a absolvição do seu cliente, considerando que acusações de violência doméstica e injúrias são uma “história patética e muito mal contada”.
Para Carrilho, a ex-mulher Bárbara Guimarães é uma "falsa vítima" de violência doméstica e que "a falsa vítima foi o verdadeiro agressor".
"Agressor aqui só há um: Bárbara Guimarães", disse Manuel Maria Carrilho nas suas últimas declarações em julgamento, antes de a juíza marcar a leitura da sentença.
Num outro processo que envolve o ex-casal, a 31 de Outubro, o tribunal condenou Manuel Maria Carrilho a quatro anos e seis meses de prisão com pena suspensa por agressão, injúrias, violência doméstica, entre outros crimes cometidos contra a apresentadora de televisão em 2014 a quem terá de pagar 50 mil euros.