Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
A China bloqueou a entrada no país a uma equipa da Organização Mundial de Saúde (OMS) que está a investigar as origens da pandemia da Covid-19. O país alega que os vistos da equipa ainda não estavam aprovados, apesar de alguns membros já estarem a caminho da China.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já expressou o seu descontentamento com a situação e apelou à China que permitisse a entrada da equipa. “Estou muito desapontado com estas notícias, tendo em conta que dois membros já tinham começado as respetivas viagens e que outros ficaram impedidos de o fazer, à última hora”, disse.
“Tenho estado em contacto com dirigentes chineses e, mais uma vez, deixei muito claro que a missão é uma prioridade para a OMS e para a equipa internacional”.
Há vários meses que a OMS está a tentar enviar a equipa de especialistas de diferentes países para a China. A organização das Nações Unidas está em conversações com o país desde julho e vários cientistas têm vindo a alertar que é essencial descobrir como é que o vírus se começou a transmitir entre humanos.
A expedição iria começar em Wuhan, onde o surto teve origem, para investigar os primeiros casos da doença. A intenção não seria tentar provar que o vírus surgiu num laboratório chinês, teoria já refutada por vários cientistas.
Mike Ryan, médico da OMS, disse que a equipa tinha estado a trabalhar de forma próxima com os colegas chineses para preparar a viagem. “Estávamos todos a colaborar no sentido de a equipa iniciar trabalhos na terça-feira”, disse.
Dois membros da equipa, que tinham uma viagem de longa distância pela frente, já tinham iniciado os respetivos percursos quando se começou a tornar claro que os seus vistos ainda não tinham sido aprovados pelas autoridades chinesas.
“Não queríamos colocar pessoas no ar desnecessariamente sem termos garantias de que a chegada à China seria bem-sucedida”, disse Mike Ryan. “O doutor Tedros reagiu de imediato e falou com responsáveis chineses”.
A equipa diz esperar que se trata apenas de “um problema logístico e burocrático que rapidamente pode ser resolvido”. Um dos membros já tinha voltado para casa e outro encontra-se num terceiro país à espera de continuar viagem.
“Isto é frustrante, como disse o diretor, é desapontante. Este desapontamento foi expresso de forma muito clara pelo doutor Tedros, diretamente aos nossos colegas na China. Acreditamos, de boa fé, que podemos resolver estes problemas ao longo das próximas horas e recomeçar a mobilização da equipa o mais rapidamente possível”, concluiu Mike Ryan.
A pandemia provocou pelo menos mais de 1,8 milhões de mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.