O presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) está muito preocupado com a subida dos preços das casas, considerando que a situação está mesmo a ficar insustentável.
Romão Lavadinho, em declarações à Renascença, reage aos dados divulgados, esta quinta-feira, pelo INE, o Instituto Nacional de Estatística, segundo os quais, o índice de preços da habitação (IPHab) cresceu 12,9%, no primeiro trimestre, face ao mesmo período de 2021, mais 1,3 pontos percentuais do que no trimestre anterior.
“Claro que os aumentos que estão a surgir são completamente incomportáveis para a generalidade das famílias portuguesas. Neste momento, o mercado de arrendamento não existe e os senhorios estão a pedir valores completamente incomportáveis”, afirma, indignado, o presidente da AIL, que pede ao Governo que, pelo menos, olhe para as famílias mais desfavorecidas.
“Acho que valia a pena o Governo tomar algumas medidas, pelos menos para as famílias mais carenciadas”, pois, “como se sabe, os salários são muito baixos e mais de dois milhões de famílias tem rendimentos muito baixos e não podem pagar as rendas atuais”, refere.
De acordo com o INE, no primeiro trimestre de 2022, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das novas, registando crescimentos de 13,6% e 10,9%, respetivamente.
Comparativamente ao trimestre anterior, o IPHab aumentou 3,8% (2,7% no trimestre precedente). Por categoria, os preços dos alojamentos existentes aumentaram 4,4%, acima do observado nos alojamentos novos (1,8%), apontou o INE.
À Renascença, Romão Lavadinho defende que, para evitar novos aumentos, o Governo não deve permitir a atualização das rendas em linha com a inflação, mais ainda quando se está perante um cenário de guerra.
“São aumentos insustentáveis. Não se justifica que uma pessoa não tenha capacidade para arrendar uma casa e ao preço que elas estão é completamente impossível”, acrescenta, o responsável.
A associação de inquilinos lisbonenses considera que com o contexto da guerra na Ucrânia- esses aumentos vão ser insustentáveis
De acordo com o INE, nos primeiros três meses do ano, foram transacionadas 43.544 habitações, o que representa uma taxa de variação homóloga de 25,8% (17,2% no trimestre anterior) e uma redução em cadeia de 5,1% (redução de 11,6% em igual período de 2021).
No período em análise, o valor das habitações transacionadas foi de cerca de 8.100 milhões de euros, um aumento de 44,4% face ao mesmo período do ano passado.
Entre janeiro e março, 37.840 das habitações transacionadas foram compradas por famílias (86,9% do total), totalizando 7.000 milhões de euros (86,1% do total).
Naquele período, 5,9% do número total de transações (2.556 habitações) envolveram compradores estrangeiros.