A defesa de Amílcar Morais Pires, arguido no processo BES/GES, alegou esta terça-feira que este sempre manifestou preocupação em acudir as pessoas lesadas e nunca teve qualquer intenção de cometer crimes de branqueamento.
“Percebemos perfeitamente a situação dos lesados do BES. Foi uma preocupação permanente da administração do BES acudir a essas pessoas, por um dever ético e legal, mas também pelo seu próprio interesse e interesse do banco – o chamado dano reputacional”, disse o advogado Raul Soares da Veiga, no quinto dia de debate instrutório no tribunal de Monsanto, em Lisboa.
O advogado de Morais Pires considera a acusação "irracional e extremamente injusta", concluindo que não consideram natural que o processo tenha sofrido uma substituição de juiz, quando Ivo Rosa nem sequer está no Tribunal da Relação, para onde foi promovido, nem fica fechado o processo disciplinar que corre no Conselho Superior de Magistratura -- e que podia ter continuado com o caso em mãos.
A defesa criticou ainda o facto de o novo magistrado estar a ser assessorado por uma juíza da qual nada se sabe, não tendo sido anunciada às equipas de defesa dos arguidos do caso BES/GES, para que houvesse a oportunidade de perceber se existe alguma incompatibilidade.
Sublinhou ainda que as defesas não sabem quem irá fazer o projeto de decisão final: se será a juiz que está a assessorar ou se será o juiz do caso, que não acompanhou o processo desde o início.
Com as alegações finais prestes a serem concluídas, em breve o coletivo de juízes deverá anunciar uma data para a leitura da decisão instrutória, na qual se ficará a saber se o caso deve ou não seguir para julgamento.