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O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) acredita que no início de maio já será possível os residentes dos lares de saírem para convívio familiar, sem terem de cumprir isolamento no regresso.
“Gostaria que primeiro domingo de maio já pudéssemos falar de saídas de pessoas para, em família, celebrarem o Dia da Mãe”, diz à Renascença o padre Lino Maia, acrescentando que essas saídas devem ser acompanhadas de “alguns cuidados”.
Aponta para esta meta, estimando que “daqui a mês e meio, já podemos ter todos os lares vacinados”, existindo assim condições para rever as condições de saídas dos residentes.
Os residentes e profissionais dos lares de idosos foram, dentro da primeira fase de vacinação, dos primeiros a começar a ser vacinados contra a Covid-19.
Apesar da vacinação, o padre Lino Maia diz que, “enquanto não houver uma imunidade de grupo e mesmo depois da imunidade de grupo, temos de ter sempre cuidado”. “Esta população dos lares é uma população muito frágil e, portanto, temos que ter sempre muitos cuidados”, reforça.
O presidente da CNIS recorda que “as saídas não têm sido impedidas”, mas obrigam “depois a um tempo de confinamento após o regresso ao lar”.
Orientações da DGS “em atualização"
Questionada pela Renascença sobre se está para breve a implementação de mudanças no regime de visitas e saídas dos lares, a Direção-Geral da Saúde apenas refere que as orientações “estão a ser atualizadas, mediante a evolução da situação epidemiológica e a informação científica disponível”.
Também questionado sobre este assunto, o Ministério da Segurança Social apenas recorda as orientações da DGS em vigor.
Lembra que os residentes que saiam “por um período inferior a 24 horas, para realizar tratamentos ou por necessitarem de assistência médica”, não precisam de cumprir 14 dias de isolamento, nem de fazer teste de rastreio à Covid.
Compreensão e sofrimento
Nesta entrevista à Renascença, o presidente da CNIS diz que o processo de vacinação nos lares tem corrido “muito bem” e faz um balanço de quase um ano de pandemia.
“Num modo geral, as famílias e os próprios utentes têm sido muitíssimo compreensivos. Todos sentem, de facto, a dificuldade da situação, o perigo que se corre”, explica, dando como exemplo o que testemunhou no Natal.
“Não houve pressão nenhuma das pessoas para saírem dos lares para irem à família e, também, da parte das famílias, não houve pressão para que acontecesse a saída. As instituições foram ágeis na forma de celebrar o Natal, tentaram pôr as famílias em contacto por meios técnicos e até aumentaram as visitas durante esse período”, descreve.
Ainda assim, reconhece Lino Maia, há sofrimento. “Todos estamos a sofrer muito com a situação”, remata.
O número de mortes de residentes nos lares portugueses por Covid-19 ascendia a 3.750, entre o início da pandemia até 4 de fevereiro, indicam os dados mais recentes da DGS.
Do total de mortes de residentes em lares, 1.583 aconteceram entre 4 de janeiro e 4 de fevereiro, o equivalente a 42% dos óbitos verificados neste grupo.