Um embaixador do Mundial 2022 classificou a homossexualidade como um “distúrbio mental” e referiu que todos os que se deslocarem para assistir ao vivo à competição “têm de aceitar as regras” do Qatar.
“Muitas coisas vão acontecer aqui no país durante o Mundial. Vamos falar sobre gays. O mais importante é aceitar que todos venham, mas terão de aceitar as nossas regras”, disse Khalid Salman, em entrevista à estação televisiva ZDF, que será transmitida na íntegra esta terça-feira.
Num trecho da entrevista, Salman, antigo futebolista, afirmou que “homossexualidade é ‘haram’ [proibido]”, e, antes de ser interrompido por um assessor, acrescentou: “É ‘haram’ porque é um distúrbio mental.”
A 21 de setembro, o emir do Qatar, o xeque Tamim bin Hamad al-Thani, prometeu, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, um Mundial sem discriminação, numa tentativa de tranquilizar a comunidade LGBT+.
Recentemente, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, respondendo às preocupações sobre o respeito pelos direitos das mulheres e da comunidade LGBT+ durante a competição, reiterou que “todos serão bem-vindos, independentemente da sua origem, formação, religião, género, orientação sexual ou nacionalidade” e considerou que o torneio será “o melhor de sempre, dentro e fora do campo”.
O Qatar, país onde a homossexualidade é ilegal, recebe o Mundial, em que participará a seleção portuguesa, entre 20 de novembro e 18 de dezembro.