Nesta época de consumismo que vivemos, o impulso é muitas vezes mau conselheiro. Porque a banalização das novas tecnologias tornou-as mais acessíveis à carteira, talvez também porque o tempo de vida dos novos telemóveis e dos tablets é muito mais curto.
De acordo com um estudo revelado pela Quercus, os smartphone foram concebidos para durar, em média, entre um ano e meio e dois anos. Depois disso, ou marketing agressivo nos seduz para trocar por um modelo mais avançado ou então a máquina avaria.
E, na esmagadora maioria dos casos, nem vale a pena consertar, porque a reparação é mais cara do que a aquisição de um equipamento novo. E, a nível ambiental, isto traduz-se em toneladas de lixo electrónico altamente tóxico. O mercúrio, o crómio ou o cádmio – presentes nestes equipamentos – são extremamente perigosos no meio natural. Isto para já não falar no plástico que vai parar às toneladas aos nossos oceanos.
De acordo com as Nações Unidas, cada milha marítima quadrada tem 45.000 pedaços de plástico a flutuar. São pneus, garrafas, sacos de plástico, redes de pesca que afectam mais de 600 espécies de fauna.
Todos os anos, morrem pelo menos 100 mil mamíferos marinhos vítimas do plástico e do lixo. Mas o nosso consumismo parece continuar a desafiar a Natureza.
Dos 42 milhões de toneladas de aparelhos electrónicos descartados em 2014, mais de metade são torradeiras e secadores de cabelo, logo seguidos de telemóveis, computadores e impressoras. Mas o futuro pode ser mais limpo.
O Fairphone acaba de lançar o primeiro telefone modular que possibilita a substituição de diferentes elementos. São seis peças facilmente manipuláveis num telefone em tudo igual ao que temos: dois cartões, sistema android, memória de 32 GB, expansíveis até 64 em cartão de memória e câmara fotográfica de 12 megapixeis.
Tudo substituível numa lógica de 'faça você mesmo'. O telemóvel dura mais e poupa dinheiro. Porque os acidentes acontecem e isso não significa que tenha de abrir os cordões à bolsa.