O ministro da Educação assegurou esta segunda-feira que todos os dias estão a ser colocados professores e que as situações de falta de docentes nas escolas estão a ser resolvidas "paulatinamente".
João Costa falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração do edifício do Ensino Secundário da Escola Básica Carlos Gargaté, na Charneca da Caparica, concelho de Almada.
"Estamos a colocar professores todos os dias. Como sabemos há um problema mais localizado na região de Lisboa. Estamos a conseguir paulatinamente ir resolvendo situações. De sexta-feira para hoje já há menos 300 horários sem professor colocado", disse adiantando que as escolas já estão também a agilizar os processos de contratação de escola.
O ano letivo 2023/2024 arranca na próxima semana, entre os dias 12 e 15, e, mais uma vez, a dificuldade em contratar docentes volta a assombrar a reabertura das escolas, um problema que, não sendo novo, parece agravar-se ano após ano.
Em vésperas do regresso às aulas, e já depois de terem sido preenchidos 2.924 lugares na reserva de recrutamento concluída na sexta-feira, as escolas procuravam professores para ocupar cerca de 1.300 horários ainda vazios, sobretudo nas regiões do Algarve e Lisboa e Vale do Tejo.
Além da contratação de escola, cujos procedimentos estão em curso, adiantou o ministro, está também prevista na próxima sexta-feira uma reserva de recrutamento.
“Estamos em cima do assunto, a acompanhar as escolas e as necessidades para que aconteça o que queremos que é os alunos terem as suas aulas e aprenderem. Ao contrário do que aconteceu no passado este Governo não diz que temos professores a mais, não diz que podem emigrar, este Governo diz que precisamos de professores, estamos a trabalhar para ter mais professores e é preciso que não se volte atrás neste caminho”, disse.
“Não vale a pena fazer de conta que não existem problemas quando eles existem o que é preciso é estarmos concentrados na sua solução sabendo que não há varinhas magicas mas há várias medidas que vão sendo desenvolvidas”, adiantou
João Costa fez ainda um apelo para que os alunos sejam colocados no centro das preocupações, considerando, contudo, normal a contestação em democracia.
Para o titular da pasta da Educação “agora é tempo de pensar no que é que os representantes dos professore estão disponíveis, para que ponto e partida não seja sempre igual ao ponto de chegada”.
Na manhã de hoje o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, avançou que mais de 100 mil alunos estariam sem aulas se estas arrancassem hoje, solicitando ao ministro da Educação que “tome medidas” e que “seja ministro”.
João Costa disse na tarde de hoje que o Governo nunca fechou as portas à negociação e que estas continuam abertas.
“Há um Governo com vontade de negociar", disse adiantando que para isso é necessário que exista “razoabilidade”.
Na opinião de João Costa, alunos, famílias, professores e pais merecem que haja serenidade para que a negociação seja feita num espírito construtivo.
“O que queremos é trabalhar em conjunto e construir seguindo a velha máxima que são sempre precisos dois para dançar o tango e nós temos estado disponíveis para dançar assim tenhamos acompanhantes na dança”, salientou.